sexta-feira, 29 de abril de 2016

2.026 - NAS QUEBRADAS DO SERTÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 29 04 2016 e música:


Sou poeta escritor
Nasci em Acopiara
Cidade bela e rara
O meu pai foi cantador
Eu me criei Lana roça
Morando numa palhoça
Peguei cobra com a mão
Andei descalço na mata
Cantei e fiz serenata
Nas quebradas do sertão.

Eu amansei burro brabo
Domei cavalo alazão
Eu fiz cabra valentão
Comer feijão com quiabo
Fiz macaco aboiar
Gato aprender nadar
Onça cruzar com leão
Bati fava no terreiro
Fiz chover sem nevoeiro
Nas quebradas dp sertão.

Eu fiz forró no telhado
Água correr para cima
Eu fiz galo fazer rima
E preá andar montado
Carcará assoviar
Também fiz mudo falar
E tetéu usar gibão
Serra mudar de lugar
Também fiz teú voar
Nas quebradas do sertão.

Fiz caprino botar ovo
E Asa-branca dar cria
Eu fiz noite virar dia
E morto viver de novo
Eu fiz urubu cantar
Lampião se ajoelhar
Silvino pedir perdão
Fiz peixe virar galinha
Canguru virar sardinha
Nas quebradas do sertão.

Transformei frio em calor
Eu fiz um touro dar leite
Fiz pedra virar azeite
Cágado virar cantor
Jumento tocar sanfona

Mosquito comer mamona
Nhambu tomar chimarrão
Pereiro botar juá
Tatu casar com preá
Nas quebradas do sertão.

Fiz homem virar mulher
Transformei cachaça em vinho
Algodão virar espinho
Vaca comer com colher
Sapo andar de botina
Ovelha vestir batina
Tatu usar cinturão
Fiz carão tocar viola
E jaçanã jogar bola
Nas quebradas do sertão.

Eu fiz um cancão falar
Cutia vomitar fogo
Fechei a casa de jogo
Fiz um açude secar
Carro andar sem motor
Girafa virar doutor
Rolinha comer gavião
Eu fiz um cego enxergar
E a lua se apagar
Nas quebradas do sertão;


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 26 de abril de 2016

2.025 - BALANCE O REMO DA CANOA MEU AMOR II.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 26 04 2016 e música:


Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa
Não sabe o que é remar.

Sou filho do sertão
Lá no sertão me criei
A minha terra deixei
Pra na cidade morar
Aqui não é fácil
Eu tenho que dar o duro
Se o cara não for seguro
Cedo poderá quebrar.

Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa
Não sabe o que é remar.

Trabalho na rua
Nas horas quentes do dia
Pra atender a freguesia
Nenhum dia posso faltar
Eu sou pontual
Jamais chego atrasado
Para ganhar um trocado
Eu tenho que me esforçar.

Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa
Não sabe o que é remar.

Sou do Ceará
Uma terra rica e boa
Quem mora aqui não enjoa
Acopiara meu lugar
Se não fosse a seca
Que dos males o pior
Não tinha lugar melhor
Pra gente poder morar.

Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa

Não sabe o que é remar.

Gosto do sertão
Minha infância lá passei
Lá na roça trabalhei
Pra poder me sustentar
Com o meu irmão
Tomei conta do roçado
Das ovelhas e do gado
Para papai viajar.

Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa
Não sabe o que é remar.

Banhei-me no açude
No riacho e cachoeira
Enfrentei sol e poeira
Levei gado pra pastar
Montei burro brabo
Derrubei touro no mato
Calcei sapato em gato
Fiz touro aprender marchar.

Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa
Não sabe o que é remar.

Lá no meu roçado
Plantei milho e feijão
Melancia e algodão
Pilei milho pra fubá
Também assei milho
Fiz pamonha e angu
Cozinhei feijão andu
Pra comer com mugunzá.

Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa
Não sabe o que é remar.

Eu torrei farinha
Pra poder fazer beiju
Comi carne de jacu
No almoço e no jantar
Pesquei de tarrafas
Com farinha fiz pirão
No primeiro caminhão
Pro sertão eu vou voltar.

Balance o remo da canoa meu amor
Segura o remo pra canoa não virar
Segure o remo que o remo é quem manda a proa
Quem nunca andou de canoa
Não sabe o que é remar.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sábado, 23 de abril de 2016

2.024 - SEM ESPERAR REENCONTREI.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 23 04 2016 e música:


Há muitos anos atrás
Tive um caso amoroso
Foi um encontro somente
Em um lugar duvidoso
Com uma desconhecida
Num momento prazeroso.

Agradecido sem ela
Dali eu me retirei
Fui viver a minha vida
Como sempre imaginei
Esta mulher de quem falo
Nunca mais a encontrei.

Era uma jovem bonita
E ainda adolescente
Transformada em mulher
Aquela pobre inocente
Por um homem vaidoso
De atitude indecente.

Treze anos se passaram
De tudo eu me esquecia
Também nunca me casei
Meu mundo era só orgia
Pois não me interessava
Mulher em minha companhia.

Foi quando num belo dia
Numa festa de São João
Avistei uma morena
Mal vestida no salão
Encostada na parede
Que me chamou atenção.

Dirigi-me até ela
E a convidei pra dançar
Ela me disse que não
Que só estava a olhar
Que só estava na festa
Pra seu filho acompanhar.

Perguntei quem é você
Disse-me, uma perdida,
Que a treze atrás
Por alguém foi iludida
E por causa deste homem

Estragou a sua vida.

Nisto chegou um menino
E a ela se abraçou
Perguntei-lhe quem é ele
Olhando pra mim falou
Este menino é filho
Do homem que me enganou.

Com a vinda do nosso filho
Família me abandonou
Ele não tem documentos
Também nunca estudou
Por falta de condições
Até fome ele passou.

Ele é o nosso filho
Muito quer te conhecer
Fruto daquele encontro
Que você me fez sofrer
Ele precisa de ti
Não o deixe padecer.

Você foi o único homem
Que em meu corpo penetrou
Entreguei-me de corpo e alma
E a mim você se entregou
Depois sem motivo algum
Lá mesmo me abandonou.

Eu passei por maus momentos
Pra nosso filho criar
Sem ajuda de ninguém
Eu não o pude educar
Estamos nas suas mãos
Vai ou não nos ajudar.

Tudo que ela me disse
Eu tomei como castigo
Tentei sair, mas não pude,
Nem posso negar abrigo
Pedi perdão e os levei
Para ir morar comigo.

Eu larguei a boemia
E com ela me casei
Somos um casal feliz
Ele na escola botei
O amor que joguei fora
Sem esperar reencontrei.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 19 de abril de 2016

2.023 - AGORA É MINHA VEZ.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 19 04 2016 e música:


Você já disse o que quis
Agora vai me escutar
Vou te falar a verdade
Comece a se preparar
Vou lhe mandar chumbo grosso
Pra aprender me respeitar.

Eu não sou nenhum moleque
Para me tratar assim
Como pode ter no mundo
Alguém assim tão ruim
Deixei de ser teu escravo
Teu reinado chega ao fim.

Tu se achas tão bonita
Atraente e sedutora
Uma mulher soberana
Convicta superiora
Na verdade o que tu és
Uma cafona traidora.

Contra a ti eu me rebelo
Não quero mais teu amor
Desobedeço às ordens
Pra mim não tem mais valor
O seu escravo de outrora
Hoje é seu superior.

Todo mal que me fizeste
Agora vou me vingar
Vou destruir sua vida
Com você vou acabar
Tu estás em minhas mãos
E jamais vai escapar.

Pra mim você virou lixo
Despencou caiu morreu
O amor que eu te dei
Pra sempre você perdeu
Tenho outra mais bonita
No lugar que já foi teu.

De você quero distância
Não cruze no meu caminho
Pra você tenho desprezo
Invés de amor e carinho
Agora é minha vez
Vai pousar em outro ninho.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.022 - SOU POETA SERTANEJO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 19 04 2016 e música:


Sou poeta sertanejo
Nascido no Comboeiro
Um lugar de terras boas
De um povo hospitaleiro
Onde eu cresci trabalhando
E ganhei algum dinheiro.

Sou cidadão brasileiro
Humilde respeitador
Fui pra roça aos cinco anos
Junto com meu genitor
Com cinco anos de vida
Tornei-me agricultor.

Mas eu não sou cantador
Apenas sei escrever
Poesias ao meu modo
Pra aquele que quiser ler
Tento fazer o melhor
Sem jamais comprometer.

Eu procuro escrever
As coisas do meu sertão
Do lugar onde nasci
O meu amado rincão
Pra todo lugar que vou
Eu o levo no coração.

Meu lugar minha paixão
Terra que eu quero bem
Como seu filho poeta
Sei que me ama também
Por isto que nos meus versos
Descrevo tudo que tem.

Eu não venho do além
Eu sou dali do sertão
Sou poeta sertanejo
Brasileiro cidadão
Nasci na casa de taipa
As margens do estradão.

Poeta de tradição
Aqui cumpro meu desejo
Tenho o dom da poesia
Outro dom melhor não vejo
Orgulho-me em dizer
Sou Poeta sertanejo.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 10 de abril de 2016

2.021- SOU POETA DO COMBOEIRO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra; 10 04 2016 e música:


Sou um cara destemido
Sem medo de assombração
Corri descalço na mata
Peguei cobra com a mão
Dei murro em mandacaru
E desbravei o sertão.

A minha religião
Está na minha cachola
Está nos dedos das mãos
E nas cordas da viola
No impulso do meu braço
 E no cano da pistola.

Pois Amim ninguém enrola
Porque eu sei o que faço
Na vida somo vitórias
E desconheço fracasso
Sou de família heróica
Desfaço todo embaraço.

Eu não respeito cangaço
Dou em qualquer valentão
Sou filho do Comboeiro
Nascido lá no sertão
Sou seguro no que faço
No mato sou campeão.

Com a caneta na mão
Sou poeta escritor
O meu pai nasceu na roça
Foi político e cantador
Sou seu legítimo herdeiro
E a nada tenho temor.

No verso sou o terror
De poeta exibido
Moralista justiceiro
Castigo cabra enxerido
Pra quem escreve besteiras
Eu jamais darei ouvido.

Comigo não há gemido
Pois sou destemido e forte
Sou da raça nordestina
Um poeta de suporte
Eu sou contras as injustiças

E inimigo da morte.

Eu sou um cara de sorte
Por está nesta idade
Passei pela adolescência
Gozei minha mocidade
Hoje me chama de velho
Mas tenho capacidade.

Eu dou valor à verdade
E gosto muito de ler
Eu adoro pesquisar
Sou amante do saber
Não sou intelectual
Mas amo muito escrever.

Poesia é meu lazer
Sou sincero e verdadeiro
Sou de família poética
Deste torrão brasileiro
Quem quiser saber eu sou
Poeta do Comboeiro.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

2.020 - SECA PIOR DESAFIO ENFRENTADO NO NORDESTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 07 04 2016 e música:

No tempo de estiagem
A seca tudo devasta
A chuva logo se afasta
Acaba água e pastagem
O povo pede em oração
Pra chuva cair no chão
Do sertão ao agreste
Acaba a água no rio
Seca pior desafio
Enfrentado no Nordeste.

Nem sequer o nevoeiro
Lá no céu no não aparece
Com o sol a terra aquece
Na chapada e taboleiro
A mata perde a folhagem
E seca toda ramagem
Do norte sul leste e oeste
Logo resseca o baixio
Seca pior desafio
Enfrentado no Nordeste.

Só quem sabe o que é isto
Quando uma seca aparece
É o povo que padece
A fome com fé em cristo
Sem comida pra comer
E sem água pra beber
Um sol virado na peste
É onde se perde o brio
Seca pior desafio
Enfrentado no Nordeste.

A seca tudo consome
Até a nossa crendice
Nas estradas a carnice
De gado morto de fome
Outros que vão trambecando
Caindo e se levantando
Na chapada serra e agreste
Morre na areia do rio
Seca pior desafio
Enfrentado no Nordeste.

É triste ver no sertão
Criança crescer pançuda
Magricela barriguda
Pela falta do feijão

Sem nada pra merendar
Sem almoço sem jantar
Dorme com a fome da peste
É onde se perde o fio
Seca pior desafio
Enfrentado no Nordeste.

Se ouve o povo clamar
Meio ao sol escaldante
E o pobre retirante
Indo pra outro lugar
Enfrentando a poeira
Subindo descendo ladeira
Abandona seu agreste
Noutro enfrenta chuva e frio
Seca pior desafio
Enfrentado no Nordeste.

O nordestino é forte
Destemido e valente
Acostumado ao sol quente
Não teme a própria morte
Enfrenta a seca com bravura
Cada seca uma aventura
Cada aventura mais um teste
Nosso caboclo tem brio
Seca pior desafio
Enfrentado no Nordeste.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar

2.019 - SOU INÚTIL.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 07 04 2016 e música:


Eu sou um cara inútil
Quase no fim da picada
Um hóspede da velhice
Perto do fim da jornada
A própria mulher me disse
Que eu não sirvo mais pra nada.

Pra que bancar o durão
Se minhas Forças estou perdendo
Sinto as pernas cansadas
Quase não estou me movendo
A vista também ta curta
Muito pouco estou vendo.

Não adianta mentir
Que sou o que mais não sou
Tou vivendo do passado
O meu tempo acabou
Tenho que me conformar
Com o passado que passou.

Não posso mais pegar peso
Pois sou um cara doente
A minha vitalidade
Também se foi de repente
Hoje só guardo lembranças
Do tempo que eu fui gente.

Que ainda dou no couro
Não adianta dizer
Pois todos sabem que minto
Só aumenta meu sofrer
Mesmo sendo imprestável
Inda não quero morrer.

Ninguém quer mais me ouvir
Não me dão mais atenção
Sou um cara do passado
Perdi minha servidão
Por minha inutilidade
Deixei de ser cidadão.

Ainda me querem pela
Minha aposentadoria
Muito pouca quase nada
Uma simples mixaria
Por direito inda tenho

Ela como garantia.

Infelizmente o velho
É tratado com desprezo
Na cadeira da velhice
Também tou vivendo preso
Por ninguém ligar pra mim
Eu não me sinto surpreso.

Mesmo assim inda trabalho
Pois tenho necessidade
Pra comprar o que preciso
Mesmo com minha idade
Como forma de lazer
E sustentabilidade.

Vou levando minha vida
Com bravura e paciência
Consciente do que sou
Só vivo por persistência
Sou inútil, mas enfrento,
A morte com resistência.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 3 de abril de 2016

2.018 - QUEM VAI ME ESCUTAR.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 03 04 2016 e música:

Não vou discutir
O meu pensamento
Pois não sou ninguém
Nada represento
Nada que eu disser
Não tem fundamento.

Eu sou um detento
Da imaginação
Sonho muito alto
Não saio do chão
Que quero que penso
É tudo em vão.

É tudo ilusão
Que tento falar
Pois não sou espelho
Pra se espelhar
Nem sou conselheiro
Pra me escutar.

Não quero lembrar
O tempo passado
Se sou esquecido
Ou se sou lembrado
Se tenho futuro
Não fui informado.

Eu tenho cuidado
Em tudo que digo
Odeio mentiras
Não tenho inimigo
Eu tenho em Deus
Meu melhor amigo.

Não temo perigo
Não faço arruaça
Não fumo não jogo
Não bebo cachaça
Não falo a tôa
Nem faço ameaça.

Não é por pirraça
Que vou enfrentar
Tenho sugestões
Pro mundo salvar
Se não sou ninguém
Quem vai me escutar.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar

2.017 - A MORTE É UMA COVARDE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 03 04 2016 e música:

A morte é uma covarde
Todos podem comprovar
Ela se diz justiceira
Na profissão de matar
Eu condeno os critérios
E formas dela julgar.

Até podem discordar
Sobre o meu pensamento
Eu não considero justo
Quanto ao seu procedimento
De levar as nossas vidas
Sem nos fazer pagamento.

Eu acho um atrevimento
Sua maneira de ação
Não estabelece critérios
Nem sequer faz seleção
Pra ela nasceu morreu
Não há negociação.

Pra ela não há perdão
Pois todos tem que morrer
Leva o bom e o ruim
Não interessa saber
Leva a vida de todos
Pra ver a família sofrer.

Porque não fazer morrer
Só as pessoas do mal
Mas ela faz o contrário
Pra ela tudo é igual
Com sua ação ante vida
Considera-se normal.

A morte não é leal
Aos seres vivos da terra
Não sei se age sozinha
Mas bota o mundo em guerra
Sempre inventa uma desculpa
A vida nela encerra.

Em toda parte da terra
Seja mais cedo ou mais tarde
Ela sempre está presente
Sem aviso e sem alarde
Ela não mostra a cara
A morte é uma covarde.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

2.016 - PRECISO SER AJUDADO PRA EU PODER AJUDAR.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 03 04 2016 e música:


Quando vejo alguém sofrendo
Passando necessidade
Bate no peito a vontade
Saber o que estar querendo
Tenho boas convicções
Mas não tenho condições
Pro sofrer amenizar
Não me faço de arrogado
Preciso ser ajudado
Pra eu poder ajudar.

Quero ajudar as crianças
Infelizmente sou pobre
Gostaria de ser nobre
Pra levar mais esperanças
Quero saciar a fome
E a doença que consome
Gostaria de curar
Mas não tenho um só trocado
Preciso ser ajudado
Pra eu poder ajudar.

Fico triste quando vejo
Uma mãe em desespero
Sem comida sem tempero
Ajudar é meu desejo
A miséria me faz queixa
Da pobreza que não deixa
A fome amenizar
Não posso dar o bocado
Preciso ser ajudado
Pra eu poder ajudar.

Quando vejo a criança
Na rua pedindo esmola
Pés descalços sem escola
Sujeito a desconfiança
Meu coração entristece
Ver o povo que padece
Por mal se alimentar
Não devo ficar calado
Preciso ser ajudado
Pra eu poder ajudar.

Muito tristonho me sinto
Quando uma seca acontece
O nordestino padece

Vendo tudo ser extinto
Vendo a terra estorricada
Eu sem poder fazer nada
Pra miséria acabar
Com meus olhos lagrimados
Preciso ser ajudado
Pra eu poder ajudar.

Eu me sito tão pequeno
Diante de tantos problemas
Cada dia em meus dilemas
Eu mesmo me enveneno
Quero tudo resolver
Mas eu não tenho poder
Para os problemas acabar
Por isto dou o recado
Preciso ser ajudado
Pra eu poder ajudar.

O que é que eu posso fazer
Pra acabar com sofrimento
Se nem eu mesmo aguento
Tantas dores sem gemer
Peço em tribulações
Que me derem condições
Para o mundo salvar
Eu rogo desesperado
Preciso ser ajudado
Pra eu poder ajudar.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.
  

sábado, 2 de abril de 2016

2.015 - VOU FAZER O MEU PERNOITE NOS BRAÇOS DA SOLIDÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 02 04 2016 e música:


Como sempre outra vez
Eu me encontro tão sozinho
Sem amor e sem carinho
Uma má sorte talvez
Neste rancho abandonado
Por meu amor desprezado
Como dói meu coração
Com o vento fazendo açoite
Vou fazer o meu pernoite
Nos braços da solidão.

Talvez ela nesta hora
Já se encontre dormindo
Ou noutros braços sorrindo
Ou se é por mim que chora
Por falta dela me engrosso
Tento dormir, mas não posso,
Pela má palpitação
No vazio desta noite
Vou fazer o meu pernoite
Nos braços da solidão.

Eu nunca imaginei
Que fosse acontecer
Pra outro eu a perder
O porquê disto não sei
Lembro a hora e o dia
Que a traz dela eu corria
Ela me chama atenção
Disse-me não se afoite
Vai fazer o seu pernoite
Nos braços da solidão.

Outro dia a encontrei
Em uma churrascaria
Esbanjando alegria
Sem perceber eu chorei
Eu a pedi pra voltar
Disse-me vai se catar
Tenho outro no coração
Seja forte não se amoite
Vai fazer o seu pernoite

Nos braços da solidão.

Disse-lhe mulher ingrata
Você não tem sentimento
Não ver o meu sofrimento
Porque tanto me maltrata
Estou de olhos vermelhos
Mas tu pegas teus conselhos
Faça bom proveito então
Xingue-me mas não me açoite
Vou fazer o meu pernoite
Nos braços da solidão.

Muitas já me procuraram
Para amor me ofertar
Nenhuma pude aceitar
Dentre as que me buscaram
Outra mulher eu não quero
Somente a ela eu venero
E a amo de coração
Vou esperar chegar a noite
Pra fazer o meu pernoite
Nos braços da solidão.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

2.014 - PREDESTINADO SEM SORTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 01 04 2016 e música:


Eu sei que não sou nada na vida
E nem sei se um dia eu vou ser
Também não sei se eu devo buscar
Uma maneira pra poder crescer.

Pois tudo que eu faço só dar errado
Não sei o porquê de não fazer o certo
Tento ser feliz num mundo florido
Mas minha vida tem sido um deserto.

Eu sou um simples poeta escritor
Que começou mui tarde a escrever
Procuro escrever com seriedade
Sem jamais a ninguém comprometer.

Tenho teclado, mas não sei pra onde vai,
Tenho viola, mas não sei tocar,
Escrevo letras pra quem quiser ler
Sem cantar não vou me auto divulgar.

Infeliz mente aqui na minha terra
Poucos dão valor a nossa cultura
Até os poetas são desunidos
Vencer em cultura difícil aventura.

Os cordéis e livros de poesias
Infelizmente não consigo vender
A impressão deles fica muito cara
Nem sequer me atrevo a oferecer.

Eu trabalho com picolé nas ruas
Pra garantir minha sub-existência
Enfrento as horas mais quentes do dia
Vou aos limites da minha resistência.

Até o momento não fui descoberto
Por alguém importante da cidade
Nem sociedade nem a gestão pública
Sequer me deram oportunidade.

A tarefa é árdua e muito difícil
Pra sem recursos na busca insistir
Num alguém que possa me oferecer
Uma chance para poder subir.

Eu sou um cara de muita visão
Só inda não tive oportunidade
De explorar a todos os meus talentos

E comprovar minha capacidade.

O tempo passa com ele a velhice
Está chegando não posso evitar
As minhas forças também diminuem
E os meus hábitos começam mudar.

No momento enfrento dificuldades
Sozinho não consigo resolver
As soluções fogem ao meu alcanço
Eu tenho pressa pra poder crescer.

Há muita gente no mundo que estar
Na internet meu blogger acessando
Neste poema eu os agradeço
Por no dia adia tá me acompanhando.

Lêem meus trabalhos, mas não me conhecem,
Também não sabem minhas condições
Sou muito doente trabalho a força
Desabafo-me nas composições.

Aqui no Brasil o primeiro de abril
É consagrado o dia da mentira
O que escrevo são somente verdades
Meu sofrimento a mentira não tira.

Preciso de alguém que me dê às mãos
Pra na cultura crescer e ficar forte
Tenho que vencer todos os desafios
Pra não mais ser predestinado sem sorte.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.