quinta-feira, 26 de novembro de 2015

1.910 - FAÇA AGORA E NÃO SÓ DEPOIS QUE EU MORRER.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 26 11 2015 e música:

Não sei o que vou fazer da minha vida
Tive no passado uma vida sem futuro
Olho para frente e vejo tudo escuro
Em toda vida só dei passada perdida
Pois entre outras sou poeta escritor
Escrevendo tento mostrar meu valor
Quem me ver fecha os olhos pra não me ver
Sem ajuda já imaginei meu fim
Quem puder e quiser fazer algo por mim
Faça agora e não só depois que eu morrer.

Porém é hoje que eu estou precisando
De um alguém que queira me dar a mão
Pois só assim ganho minha libertação
Deste mundo cruel que está me castigando
Nas condições que vivo me sinto inútil
Sendo ajudado posso me tornar útil
Pois tenho tantos projetos para fazer
Querer fazer e não poder é tão ruim
Quem puder e quiser fazer algo por mim
Faça agora e não só depois que eu morrer.

Não me adianta receber parabém
E alguém me dizer que eu sou o maior
Se a condição cada vez fica pior
E da infame da pobreza sou refém
Quero trabalhar no esporte e na cultura
Sem apoio fazer isto é loucura
Precisam minha capacidade ver
Escrevendo versos faço apelo assim
Quem puder e quiser fazer algo por mim
Faça agora e não só depois que eu morrer.

Eu preciso hoje e não na posteridade
Trabalhar e mostrar todo o meu valor
Que as autoridades façam-me o favor
Resolver meu problema por caridade
Pois tenho muitas idéias aproveitáveis
Pois politicamente são recomendáveis
Ajudando-me bons frutos vão colher
A sociedade agradecerá em fim
Quem puder e quiser fazer algo por mim
Faça agora e não só depois que eu morrer.

Infelizmente a verdade é dura e crua
Com minha morte vão me homenagear
Projeto pela câmara vão fazer passar
E vão me fazer torna-me nome de rua
Depois da morte nada vai me servir
Quero em vida condição para subsistir
Pra feliz em nome de Deus agradecer
Pois depois de morto não falo mais assim
Quem puder e quiser fazer algo por mim
Faça agora e não só depois que eu morrer.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar,

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

1.909 - ATENTADOS MATAM QUARENTA E CINCO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 25 11 2015 e música:

Vinte e quatro de novembro
Dois mil e cinco se deu
Dois atentados bárbaros
No Iraque aconteceu
Com uso de carros bombas
Esta região sofreu.

O primeiro em Bagdá
Fora de um hospital
Por pessoas sem escrúpulos
Que só pensa em fazer mal
Roubar paz e ceifar vidas
Torna-se um ato legal.

Se encontravam no local
Policias iraquianos
Funcionários e crianças
E soldados americanos
Lá no bairro Mahmoudiya
E também estes profanos.

Para as crianças do bairro
Era ali distribuída
Por soldados e polícia
Os brinquedos e comida
Nesta explosão trinta e quatro
Pessoas perderam a vida.

Quarenta ficam feridas
Neste atentado brutal
Outra explosão acontece
Próximo noutro local
Lá na cidade de Hilla
Bem ao sul da capital.

Perto de uma barraca
Um carro-bomba explodiu
Onze pessoas morreram
Outras dezessete feriu
Numa onda de violência
Que ao país atingiu.

Quarenta e cinco morreram
Nesta guerra de atentados
Cinquenta e sete são feridas
E não se tem os culpados
O povo quem paga a conta
Por estes desocupados.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

1.908 - TROVAS DIVERSAS.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra:  23 11 2015 e música:


O que vou fazer agora
Ainda estou por saber
Se não sei o que farei
Como é que vou fazer.

Minha vida não tem sentido
Como é que a vou viver
Se vivo não sei se vivo
Morro ou deixo morrer.

Se nasci por nascimento
Ou nasci duma explosão
Se não sei como nasci
Qual será meu fim então.

Viver assim como vivo
Não vale a pena viver
Como não conheço a morte
Sendo assim não vou morrer.

O mundo é tão pequeno
Mas para mim é tão grande
Fora nada represento
Nele meu eu se expande.

Minha inspiração desvaira
Em torrentes sub-imersas
No âmago tenho tempo
Pra fazer trovas diversas.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 22 de novembro de 2015

1.907 - SOBEJO DA SORTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 22 11 2015 e música:


Eu não sou nada na vida
Não tenho valor nenhum
Eu sou sobejo da sorte
Inda bem que sou só um.

Sou um cara desprezível
Prestígio nenhum eu tenho
Nem sequer eu sei quem sou,
Nem também de onde venho.

Pra onde vou eu não sei
Nem o que será de mim
Não sei se tive começo
Nem se um dia terei fim.

Pois não conheço verdade
O que é mentira não sei
Não sei se um dia nasci
E nem o que pratiquei.

Eu desconheço o meu eu
Não sei se estou vivo ou não
Se sou selvagem ou doméstico
Ou vivo na contramão.

Coração não sei se tenho
Ou pedra em seu lugar
Se não sei que é amor
Como poderei amar.

Sou um personagem inerte
Sem vida sem sentimento
Não sinto não vejo não ouço
Um corpo posto ao relento.

Não me ouvem nem me entendem
Sou fraco diante da morte
Sofrido fragilizado
Sou o sobejo da sorte.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

1.906 - ME DEIXE EM PAZ POR FAVOR.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 18 11 2015 e música:


Não queira mexer comigo
Estou de cabeça quente
Os nervos a flor da pele
Com tanta gente imprudente.

Não venha com lenga lenga
Que posso ficar nervoso
E fazer o que não quero
Eu me sinto perigoso.

Reconheça teu lugar
Que eu reconheço o meu
O meu direito começa
Depois que termina o seu.

Com raiva eu sou nojento
Mas na paz sou gente boa
Procuro viver direito
Não encaro gente atoa.

Não gosto de confusão
Sou amigo de todo mundo
Respeito e quero respeito
E tenho amor profundo.

Vivo de casa pro trabalho
Não falo mal de ninguém
Eu odeio a fofoca
Sou um cidadão de bem.

Sou amigo da verdade
Tento ajudar quanto posso
Defensor dos animais
Preservo tudo que é nosso.

Viva lá como quiser
Prego a paz e o amor
O que faz não interessa
Me deixe em paz por favor.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 15 de novembro de 2015

1.905 - NUMA CASA DE BARRO NO SERTÃO, ARRANJEI A PRIMEIRA NAMORADA.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 15 11 2015 e música.


Numa noite bonita de luar
Numa grande festa de cantoria
Uma jovem com muita simpatia
Sorridente começou me olhar
De longe fiquei a observar
Busquei coragem dei uma passada
Trêmulo de medo sem dizer nada
Com cuidado peguei em sua mão
Numa casa de barro no sertão
Arranjei a primeira namorada.

Mas quando cheguei bem pertinho dela
Senti meu coração estremecer
Também percebi seu lábio tremer
Temeroso falei assim pra ela
Responda-me jovem querida e bela
Por acaso quer ser a minha amada
Dona do lar por mim idolatrada
Respondeu-me de todo coração
Numa casa de barro no sertão
Arranjei a primeira namorada.

Busquei coragem no seu rosto beijei
Falei-lhe lindas palavras de amor
Abraçando-a com todo fervor
Então senti que Por ela gamei
Sinceramente jamais imaginei
Que ali eu fosse encontrar minha amada
Numa noite romântica enluarada
Eu ofertei-lhe o meu coração
Numa casa de barro no sertão
Arranjei a primeira namorada.

Passei a noite dela bem juntinho
Sem jamais entender esta conquista
Pois foi um amor à primeira vista
Ofertei-lhe beijos e ela carinho
Tomei-a nos braços levei pro meu ninho
Ela hoje comigo está casada
Eternamente por mim é amada
Vivemos em perfeita união
Numa casa de barro no sertão
Arranjei a primeira namorada.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 8 de novembro de 2015

1.904 - A SECA DE QUINZE

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 08 11 2015 e música:


Ao Senhor Deus soberano
Rogo a divina bênção
Ao seu filho Jesus cristo
Saber e inspiração
Para da seca de quinze
Fazer a retratação.

Do Rio Grande do Norte
Pero Coelho vem pra cá
Mil seiscentos e três
Colonizar o Ceará
Mas deparou com a seca
Teve de voltar pra lá.

Daí pra cá muitas secas
Aqui tem acontecido
Por causa das grandes secas
O cearense tem sofrido
No polígono da seca
O Ceará foi incluído.

Deixo as outras de lado
De quinze que eu vou falar
Pois neste dois mil e quinze
Cem anos vai completar
Que aconteceu esta seca
Que agora vou retratar.

Mil novecentos e treze
A seca se iniciou
No nordeste brasileiro
A estiagem prolongou
Foram três anos secas
Que o Nordeste arrazou.

Mil novecentos e quatorze
A seca permaneceu
No interior do Nordeste
A população sofreu
É uma das grandes secas
Que o mundo conheceu

Mas foi ano de quinze
Que alcançou o apogeu
Foram três anos de secas
Que o nordeste abateu
Foi aqui no Ceará

Que o auge aconteceu

Pois em quinze não choveu
No Ceará nosso estado
Rios e riachos secaram
Com o solo esturricado
Sem comida e sem bebida
Deixa o povo assustado.

Sem ter pastagem nem água
Sem ter a quem recorrer
E com o rebanho morrendo
Levava o povo crer
Que aqui no Ceará
Nunca mais ia chover.

Com fome e sede os bichos
Capengavam pelo mato
Só com o couro e os ossos
Sem qualquer tipo de trato
Da seca não escapava
Gado nem cachorro e gato.

Pra todo canto que olhava
Tinha uma vaca no chão
Com os bezerros berrando
Sem ter alimentação.
Somente um sol causticante
Queimando todo sertão.

A água também não tinha
Uma sequidão geral
Crianças com fome e sede
Mortandade sem igual
Só viram uma solução
Migrar para a capital.

Depois de tudo perdido
O povo com necessidade
Saíram dos seus lugares
Do sertão e da cidade
Com destino a capital
Enfrentando hostilidade.

Com as estradas lotadas
De famintos do sertão
Os mais fortes iam enfrente
E os mais fracos então
Sem resistir fome e sede
Tombavam mortos no chão.

Na grande seca os rebanhos
Quase foram dizimados
Animais de estimação
Pelos donos abandonados
Mortos de fome e sede
Aos montes eram encontrados.

Quando os famintos entravam
Nas cidades e capital
Em busca de alimento
O alarme foi geral
A elite se escondeu
E o governo passou mal.

Com a chegada dos famintos
Vem o crime e epidemia
Assassinatos, suicídios,
Loucuras, saques todo dia,
Devido a fome foi visto
Casos de antropofagia.

Tentando se precaver
Governo toma decisão
Criando currais humanos
Com nome concentração
Pra evitar que famintos
Tentassem por invasão.

Foi Liberato Barroso
Presidente do estado
Que construiu estes campos
Pra abrigar flagelados
Em cortiços sem higiene
E muito mal alimentado

O objetivo dos campos
Era evitar que a cabroeira
Chegassem a Fortaleza
Trazendo “o caos, a nojeira
A miséria, a moléstia
O flagelo e a sujeira,

Campos de concentração
Por setores separados
Usando arames farpados
Os currais foram cercados
E para evitar as fugas
Por soldados vigiados.

No Alagadiço primeiro
Campo de Concentração
Ao Oeste de Fortaleza
Teve a denominação
De os “Currais do Governo”
Pra evitar invasão.

Mais outros dois campos foram
Construídos no Ceará
Um no Juazeiro do Norte
E o outro em Quixadá
Com a intenção de segurar
Os flagelados por cá.

Mais de oito mil pessoas
Somente em Fortaleza
Passaram por tais currais
Levando horror e tristeza
Confinados para não
Contaminar a nobreza.

Os Campos de Concentrações
Lugares de alojamentos
Dos flagelados da seca
Vindos a todos os momentos
Onde água e comida
Passavam por racionamentos.

Aos miseráveis da seca
Implantou a segregação
O flagelo em massa chegou
Naquela ocasião
Cento e cinquenta por dia
Morre na concentração.

Só a varíola matou
Centenas de esfarrapados
Em todo Nordeste morreram
Mais de cem mil flagelados
Duzentos cinquenta mil
Migraram pra outros estados.

Com tantas mortes causadas
No Campo de concentração
Sem higiene o mau cheiro
Causou preocupação
Mortos enterrados em valas
Piorava a situação.

No campo do Alagadiço
Prevalece o preconceito
Flagelados cearenses
Na Amazônia foi aceito
Em dezoito de dezembro
Este Campo foi desfeito.

Exatamente há cem anos
Esta seca aconteceu
No Nordeste brasileiro
O rebanho pereceu
Dos estados nordestinos
Ceará foi quem mais sofreu.

No ano dois mil e quinze
De novo a seca voltou
Os mananciais secaram
E a terra não molhou
Rebanho com fome e sede
O mato nem enfolhou.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.903 - SOU SEU FIEL HERDEIRO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 08 11 2015 e música:


Sou filho do Ceará
Nasci lá no Comboeiro
Aqui em Acopiara
Sou cidadão brasileiro
Da prole de Julio Aires
Eu sou o filho primeiro.

Eu sou seu fiel herdeiro
E também seu seguidor
Na profissão do repente
O meu pai foi cantador
Com a caneta na mão
Sou poeta escritor.

Eu escrevo com amor
Tiro versos da cachola
Diante duma bancada
Minha mente desenrola
Na escrita eu sou bamba
Mas não sei tocar viola.

Não faço plágio nem cola
Pois tenho facilidade
De escrever poesias
Eu tenho habilidade
Não me aproveito dos outros
Sou poeta de verdade.

Pois tenho dignidade
Em tudo aquilo que faço
O dom herdei do meu pai
Que não tinha embaraço
Cantava e escrevia
E tocava no compasso.

Com a caneta faço o traço
No papel a poesia
Eu não canto, mas escrevo,
E gosto de cantoria
Por ter este dom divino
Versejo com alegria.

Digo sem demagogia
Sou poeta brasileiro
É tradição de família
Ser poeta e violeiro
Sou seguidor meu pai
Pois sou seu fiel herdeiro.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.902 – POR LEI TEM QUE SER PUNIDOS.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 08 11 2015 e música:


Sei que há gente por ai
Que não gosta de animais
Porém eu estou aqui
Com nossos irracionais
Deles eu sou defensor
E os tratos com amor
Quero vê-los protegidos
Livre destes anormais
Quem maltrata os animais
Por lei tem que ser punidos.

Porém fico estarrecido
Quando apedrejam passarinhos
Também fico enfurecido
Ao ver destruir seus ninhos
Passarinhos indefesos
Numa gaiola são presos
Por criminosos vendidos
Em transações ilegais
Quem maltrata os animais
Por lei tem que ser punidos.

Filhotes de passarinhos
Tirados da natureza
Inda muito pequeninhos
E sem esboçar defesa
Ainda estando pelados
Pra o comércio são levados
Em objetos escondidos
Sem procedimentos legais
Quem maltrata os animais
Por lei tem que ser punidos.

Pra poder fazer caçadas
Precisa autorização
Caças só podem ser levadas
Pra própria alimentação
Caçar só para matar
Ou comercializar
Por lei somos proibidos
Dentro dos termos legais
Quem maltrata os animais
Por lei tem que ser punidos.



Francisco Erivaldo Pereira Alencar.