quinta-feira, 25 de junho de 2015

1.831 - SOU O SOBEJO DA MORTE.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 25 06 2915 e música:


Eu lembro quando criança
Eu era robusto e forte
E na minha mocidade
Moço esbelto bom porte
Hoje com sessenta e seis
Sou o sobejo da morte.

Na vida eu tive sorte
Por chegar a esta idade
Passei por muitos reveses
Venci com dificuldade
Muitos da minha família
Não viveu nem a metade.

Aos seis anos de idade
Levei um coice na testa
Dum cavalo muito manso
Que quase roubou-me a festa
Deste acidente eu guardo
Uma cicatriz que resta.

Algo estranho me detesta
E aos vinte de idade
Traiçoeiramente fui ferido
Com cinco enfermidades
Vi meu sangue derramado
Pelas ruas da cidade.

Quase uma fatalidade
Aconteceu em Itaquá
Um acidente de trem
Quis minha vida levar
Vários pontos na cabeça
Estou aqui pra contar.

Tomei o trem fui andar
E a família foi também
Lá na chegada do Brás
Parece coisa do além
O vagão caiu dos trilhos
Mas não machucou ninguém.

Desta vez foi dentro o trem
Quando eu ia trabalhar
Perto da Parada Quinze
Para poder escapar
Meio ao tiroteio cerrado
O jeito foi me deitar.

É difícil acreditar
Também faz parte da lista
Eu adormeci no trem
Pois não tinha nada em vista
Um tiroteio na chegada
Do trem no Itaim Paulista.

Ainda não era pista
Vinha do sítio pra cidade
Caiu a roda do carro
Em média velocidade
Capotou na ribanceira
Com uma fatalidade.

Em baixa velocidade
Fui para periferia
Num barzinho dum amigo
Pra tomar cerveja fria
Atropelei um jumento
Que pela estrada corria.

Para tudo tem o dia
À hora e ocasião
Eu fui para um velório
O carro sem freio então
Bati violento na casa
Volante fechou na mão.

Foi em uma eleição
Só por milagre de Deus
Com excesso de passageiros
Num dos acidentes meus
Na curva desci aterro
E estourei dois pneus.

Então dou graças a Deus
Por ser um cara de sorte
Por tudo isto que passei
Só tendo um santo forte
Como disse atrás repito
Sou o sobejo da morte.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

1.830 - BOTO AMOR RAÇA E SENTIDO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 24 06 2015 e música:

Padre reza na matriz
Eu canto lá no banheiro
Pastor prega na igreja
Galo canta no poleiro
Porco se banha lama
Cabra dorme no chiqueiro.

A mulher varre o terreiro
O pica-pau fura o pau
Noivos usam alianças
Chocolate é do cacau
O pinto nasce do ovo
Na mata canta o bacurau.

Costureira usa dedal
Para não furar o dedo
O repentista faz versos
Rimando conta enredo.
Nem na peia o fofoqueiro
Aprende guardar segredo.

O vagabundo tem medo
De ter que ir trabalhar
O cachorro bom de caça
Vai sem o dono caçar
O cara que bota chifre
Tem medo de chifre levar.

Quem gosta de bagunçar
Só se apruma quando apanha
Quem entra na briga mata
Morre fere ou se arranha
Porém aquele quem entra
No jogo nem sempre ganha.

Eu admiro a aranha
Por fazer telha sem barro
Eu sou um cara disposto
Nem ao perigo esbarro
Derrubo o touro no mato
Boto careta e amarro.

Do trabalho tiro sarro
E sempre estou prevenido
Pra mim não há desafio
Que eu não tenha resolvido
Em tudo que vou fazer
Boto amor raça e sentido.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.829 - MAIS OUTRA DECEPÇÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 23 06 2015 e música:


Decepção em decepção
Mais outra decepção
Já estou acostumado
Com esta situação
Outra vez me convidaram
Pra mais uma humilhação.

Pra na festa de São João
Alguém veio convidar
Para as seis horas da noite
Lá Np pólo recitar
Com muito gosto aceitei
Sem de nada suspeitar.

Fui para o dito lugar
E cheguei antes da hora
Jamais gosto de atrasar
E nem aceito demora
Que é pra hoje é pra ontem
Que é pra amanhã é pra agora.

Mas quando chegou a hora
Não tinha ninguém na praça
Deu seis e meia e nada
As sete fiquei sem graça
Eu pensei comigo mesmo
Das sete e maia não passa.

Fui andando pela praça
Sem ver quem me convidou
Mas depois das sete e meia
A festança começou
Com uma banda de forró
Que por lá se apresentou.

As oito horas parou
Pra quadrilha começar
O apresentador informa
Quem ia se apresentar
Eu não constava da lista
Fiquei ali sem estar.

Comigo pus a pensar
Que tamanha humilhação
Terra de gente ingrata
Perversa sem coração
Envergonhado passei
Mais outra decepção;

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

1.828 - É ASSIM QUE SEI FAZER.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 23 06 2015 e música:


Eu não mexo com ninguém
Mas gosto de escrever
O que vejo pela rua
A todos faço saber
E boto na internet
Pra todos que quiser ler.

Quem quiser pode dizer
Sou poeta fracassado
Sou escritor sem sucesso
Cordelista ultrapassado
Mas fazendo o que gosto
Eu me sinto compensado.

Mas eu estou preparado
Para poder enfrentar
Os prós e contras da vida
Sem a ninguém difamar
Só quero a bênção de Deus
Para o que faço mostrar.

Eu quero continuar
Na lida de escritor
Inda no anonimato
Não me sinto perdedor
Sei que num futuro próximo
Me tornarei vencedor.

Escrevo com muito amor
Leio com desenvoltura
De forma simples e sutil
Eu mostro a minha cultura
Com minha obra ajudo
Crescer a literatura.

Tem gente que acha loucura
Escrever como eu escrevo
Criado na fé cristã
Vou até onde me atrevo
Tenho amor pelo que faço
E só escrevo o que devo.

Eu versejo com relevo
Na doutrina e no respeito
Podem até dizerem que
Meu verso não é perfeito
Dentro do meu raciocínio
Procuro fazer direito.

Não me sinto imperfeito
Cumpro com meu afazer
Peço perdão quando erro
Perdoar é o meu dever
Sem abuso e demagogia
É assim que sei fazer.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.827 - VIVAS A SÃO JOÃO.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 23 06 2015 e música;


Hoje é noite de fogueira
Vai ser grande a animação
Vai ter muita brincadeira
Pois é noite de São João.

O pólo já está lotado
Inda tem gente chegando
O povo todo animado
O São João festejando.

Tem quadrilha pra dançar
Poetas recitadores
Vai ter apresentação
De poetas cantadores.

A festa é contagiante
Na cidade e no sertão
Povo não para um instante
De festejar São João.

Tem dança tem brincadeira
Tem noivado e casamento
Vai ter festa a noite inteira
Mostrando nosso talento.

São João mandou recado
Que sem a bênção do padre
Tem padrinho e afilhado
Tem comadre e compadre.

Tem forró a noite inteira
Para adulto e criança
Com fogueira ou sem fogueira
Hoje é noite de festança.

Vamos cantar e dançar
Alegrar o coração
Vamos todos aproveitar
Pra dar vivas a São João.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

1.826 - COM ESFORÇO CONSIGO.

Autor: Erivaldo Alencar;

Letra: 19 06 2015 e música:


Não quero mais ninguém
Para viver comigo
Será muito difícil
Com esforço consigo.

Estou desiludido
Cansei de tantas brigas
Sozinho não terá
Discussões nem intrigas.

Não há reclamações
Também não tem cobrança
Eu vivo como quero
Sem ter que ouvir lambança.

Se a vida a dois
Entre nós não deu certo
Sem ninguém ao meu lado
Quem sabe assim acerto.

Livre desiludido
Eu tenho a liberdade
De poder ir e vir
Fazer minha vontade.

Deito e me levanto
Na hora que eu quiser
Tou isento de ouvir
Os gritos da mulher.

Mulher nenhuma vai
Ouvir os gritos meus
Meus erros e certos
Somente presto a Deus.

Não é fácil, mas sou.
O dono do meu ninho
Sem um alguém ao lado
Até falo sozinho.

Eu também jamais quero
Alguém por inimigo
Viver só não é bom
Mas com esforço consigo.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 14 de junho de 2015

1.825 - QUERO AJUDA PRA CRESCER.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 14 06  2015 e música:

Sou filho desta cidade
É crítico o meu viver
Tenho duas hérnias de discos
Mal posso me locomover
Sou obrigado a trabalhar
Pra ganhar o meu comer.

De dores vivo a gemer
Pois tenho esporões de galo
Diabete e hipertensão
Pra ganhar o pão eu ralo
Hemorróida e bursite
Com tudo isto não calo.

No meu trabalho eu ralo
Pra dá conta do recado
Vendo picolé na rua
A noite chego cansado
Com fome quase sem grana
Dolorido e quebrado.

Por dores atormentado
Eu não falto um só dia
Aproveito as horas vaga
Para fazer poesia
Como forma de lazer
E esquecer minha agonia.

Tenho aposentadoria
Mas quase não dá pra nada
Quero publicar minha obra
E também vê-la gravada
Mas esta oportunidade
Pra mim inda não foi dada.

Vou seguindo minha estrada
Em busca de compaixão
De alguém de boa vontade
Que queira me dar a mão
Pra realizar meus sonhos
Ofertando-me condição.

Sou um pobre cidadão
Gosto de ler e escrever
Meus poemas publicados
Eu queria muito ver
Aqui deixo o meu apelo
Quero ajuda pra crescer


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.824 - A CRISE TÁ DE LASCAR.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 14 06 2015 e música:


O povo da minha cidade
Está muito entristecido
A crise tá muito grande
E o povo está falido
Grana só de aposentado
Inda sim anda sumido.

O comércio tá falido
E a cidade quase morta
Só se ver rico quebrando
Comércio fechando a porta
O pouco emprego que há
Sem vender o patrão corta.

Turista que aqui aporta
Pra visitar a cidade
Se assombra com o que ver
Encontra dificuldade
Tendo dinheiro no bolso
Inda passa necessidade.

Não falo mal da cidade
Onde nasci e me criei
Mas não vejo solução
Do problema que citei
Os lamentos não resolvem
Os dilemas que narrei.

Seriamente pesquisei
A real situação
É grande o endividamento
De toda população
Empréstimos em cima de empréstimos
E dinheiro não há não.

É preciso discursão
Pro assunto resolver
Procurar caminho certo
Sem medo de se perder
Continuar como estar
Não pode permanecer.

Se assim permanecer
Tudo vai se acabar
Povo, empresas e gestão
Um jeito tem que buscar
Nós não suportamos mais
Crise que tá de lascar.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sábado, 13 de junho de 2015

1.823 - SE ME DESSE UMA CHANCE.

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra: 13 06 2015 e música:


Vivo decepcionado
Por minha situação
Todos sabem o que passo
Mas ninguém me dar à mão
Eu quero crescer na vida
Mas muito mau ganho pão.

Isto não é blasfêmia não
Estou dizendo a verdade
Existo mas não existo
Perante a autoridade
Que é cego ou finge não ver
A minha capacidade.

Sou filho desta cidade
Quero muito trabalhar
Com esporte e com cultura
Mas ninguém chance me dar
O potencial que tenho
Não querem aproveitar.

O prefeito do lugar
Sabe muito bem quem sou
Devido questões políticas
Nunca me valorizou
Amigos me apresentam
Ele jamais me chamou.

Até apolítico sou
Não faço discriminação
Minha política é a cultura
Defendo-a de coração     
Só não faço mais por ela
Por que não tenho condição.

Se me dessem condição
Pra eu poder trabalhar
Buscava de todas formas
A cultura resgatar
Com certeza o prefeito
Ia de mim se orgulhar

Meu valor quero mostrar
Naquilo que sei fazer
Eu estando no comando
A cultura vai crescer
Se me desse uma chance
Não ia se arrepender.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.822 - ESTRELA ERRANTE

Autor: Erivaldo Alencar;

Letra: 13 06 2015 e música:


Sou estrela errante que vagueia
Pelo espaço sem e ter direção
Estrela que nunca existiu nem existe
Sem que a vejam segue na contramão.

Sou imperceptível ao ser humano
Mas quando menos se espera apareço
Não sou do mundo, mas estou presente,
Pra que fui feito não sei ou esqueço.

A ciência tenta me descobrir
Mas não consegue pois sou o que não sou
Sou impalpável e não tenho corpo
Não sei donde vim e nem pra onde vou.

Não fui gerado nem feito nem nascido
Sou fruto do nada e também nada sou
Não tenho destino nem pais nem parente
Não tenho vida, sem vida vivê-la vou.

Não tenho forma nem composição
Não tenho brilho e não tenho cor
Um vazio no espaço sideral
Sem desejo sentimento e odor.

Na condição de estrela errante
É muito difícil de me encontrar
Percorrendo universo sem rumo certo
Sem atropelos vou a todo lugar.

Não tenho massa e nem oxigênio
Um astro inerte e sem gravidade
Não incomodo e não sirvo pra nada
Se não faço o bem não faço maldade.

Sem propósitos e sem superfícies
Não tenho valor e sou inconstante
Na incerteza no espaço composto
Sou apenas uma estrela errante.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

1.821 - MULHER DE PELE MORENA.

Autor: Erivaldo Alencar.

Letra: 08 06 2015 e música:


O brilho dos teus olhos
Agiu como tentação
A doçura do teu sorriso
Gamou o meu coração.

O teu charme sedutor
Transportou-me pro além
Tua voz mansa e suave
Enfeitiçou-me também.

Mulher de pele morena
Responda-me, por favor.
O que eu devo fazer
Pra conquistar teu amor.

Estou gamado em você
Preciso do teu carinho
Tira-me da solidão
Não quero morrer sozinho.

Vem correndo pros meus braços
Aperta-me com fervor
O remédio que procuro
Para curar minha dor.

Por favor, não perca tempo,
Que o tempo não espera
Se demorar mais um pouco
Meu coração não tolera.

Reconheço meu lugar
Sou apenas um sonhador
Mas darei-te o mundo todo
Em troca do teu amor.

Tua imagem me contagia
Minh’alma se envenena
Quero ser feliz contigo
Mulher de pele morena.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.