sábado, 19 de abril de 2014

1.711 – NÃO PRECISA MUDAR DE FÉ

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 19 04 2014 e música;


Não precisa mudar de fé
Para deixar de beber
Pra deixar de ser quem é
Só precisa no Cristo crer.

Não é o bastante querer
Mas ter força de vontade
Além de precisar dizer
Ter muita capacidade.

Para deixar de fumar
E de beber e dançar
Drogas e tomar café.

Só basta vergonha ter
Pra algo deixar de fazer
Não precisa mudar de fé.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.710 – ARLINDO ALENCAR FALECE EM FORTALEZA

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 19 04 2014 e música.

O que vou contar aqui
É com imensa tristeza
O destino traiçoeiro
Nos prega cada surpresa
Arlindo Pereira Alencar
Faleceu em Fortaleza.

Em dezoito de abril
Dois mil e quatorze o ano
Numa sexta feira santa
O destino traça um plano
A morte covardemente
Tira a vida do meu mano.

No dia dez de fevereiro
Fora da sua cidade
O Arlindo completou
Sessenta e quatro de idade
Já canceroso sem velas
Bolo nem festividade.

Após seu aniversário
Ele La na capital
Estando muito doente
Internou-se no hospital
Acompanhado da esposa
Tentando a cura do mal.

Os exames comprovaram
O câncer nos seus pulmões
Fez a radioterapia
Em vinte e duas seções
Uma quimioterapia
Passou por observações.

Também pedras na vesícula
Nos exames constatado
Com a gravidade da doença
Não pode ser operado
Hoje dia dezenove
Arlindo foi enterrado.

Foi um dia de tristeza
Pra os familiares seus
Muitos amigos vieram
Para o último adeus
Deixou o mundo dos vivos
E foi pra o Reino de Deus

Francisco Erivaldo Pereira Alencar

segunda-feira, 14 de abril de 2014

1.709 – USOU PÓLVORA POR REMÉDIO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 14 04 2014 e música;


Há muitos anos atrás
Na fazenda do Romeu
Com dois compadres amigos
Um fato aconteceu
Eu vou descrever em versos
Como foi que isto se deu.

O compadre Juscelino
Nesta fazenda morava
Enquanto compadre Rock
Noutro sítio habitava
Havia tempo que o Rock
O amigo não visitava.

Num certo dia bem cedo
Compadre Rock se arrumou
Pra visitar o amigo
Com a esposa viajou
Juscelino surpreendeu-se
Quando o compadre chegou.

Alegres se abraçaram
Com muita intimidade
Juscelino disse compadre
Fale com sinceridade
Como estar você compadre
Quero saber a verdade.

O amigo Rock disse
Compadre estou doente.
Veja aqui na minha perna
Uma ferida bem na frente
Usei tudo que é remédio
Passado por muita gente.

Juscelino disse Rock
Preste me bem atenção
Vou indicar um remédio
Que será a solução
Pois vai curar duma vez
Este enorme perebão.

O amigo Rock disse
Compadre seja ligeiro
Pegue o receituário
E a caneta companheiro
Sendo pra eu ficar bom
Eu pago qualquer dinheiro.

Juscelino disse amigo
Quando em casa chegar
Vai ao boteco para um
Tubo de pólvora comprar
Se fizer como eu disser
Você irá se curar.

Abra o tubo de pólvora
Ponha-a sobre a ferida
Pegue uma caixa de fósforos
Risque o palito em seguida
E toque fogo na pólvora
Com sua perna estendida.

O Rock disse compadre
Você ta com brincadeira
Tu achas que serei louco
Pra fazer esta besteira
É melhor ficar doente
Que fazer esta asneira.

Juscelino disse amigo
Saiba que não tou brincando
Eu indiquei o remédio
E você está duvidando
Quer ficar bom ou não quer
O remédio estou passando.

O Rock disse está bem
Vamos mudar de assunto
Tomamos cachaça com
Tira gosto de presunto
Despeçamos a tristeza
Pois aqui não tem defunto.

Depois de muita palestra
Fofoca e animação
O Rock disse compadre
É chegada ocasião
Preciso voltar agora
Para a minha habitação.

O Rock se despediu
Do seu compadre e amigo
Mas durante a sua volta
Ele pensava consigo
Eu vou fazer a receita
Nem que eu corra perigo.

Depois que ele saiu
Juscelino diz que asneira
Disse pra mulher esqueci
Dizer que era brincadeira
Para  avisar pro compadre
Saiu a toda carreira.

Não alcançou o compadre
Muito tristonho voltou
A mulher disse marido
Porque tanto se preocupou
O compadre não e maluco
Pra fazer o que ensinou.

Rock passou no boteco
Tubo de pólvora comprou
Sem dizer nada a mulher
Quando em casa chegou
Com a pólvora e o fósforo
Em um quarto se trancou.

Abriu o tubo de pólvora
Fez como o compadre mandou
Ele pegou toda pólvora
E na ferida botou
Riscou o palito de fósforo
E fogo nela tocou.

Quando encostou o palito
Na pólvora da ferida
Ouviu-se a explosão
E um grito em seguida
Com sua perna em chamas
Ai que dor tão dolorida.

Compadre Rock gritava
Naquele quarto trancado
Minha gente peço socorro
Estou no quarto fechado
Pois se não me socorrerem
Vou morrer esturricado.

A família em desespero
Aos gritos lhe perguntava
Onde é que tu estás
Enquanto ele se queimava
Eu estou preso no quarto
Em chamas no chão rolava.

É que eu fiz o remédio
Que o compadre ensinou
Quando pus fogo na pólvora
Minha perna incendiou
Minha roupa está em chamas
E o meu corpo queimou.

Tentaram abrir a porta
Ma ela tava trancada
A chave tava por dentro
Na fechadura cruzada
Forçaram para quebrá-la
Mas era mesmo que nada.

Gritaram por um vizinho
Que veio a toda carreira
Deu um coice contra a porta
Que virou em pedaceira
Pegou ele pelos braços
Que morria na fumaceira.

Botaram o Rock no carro
E em alta velocidade
Buscando salvar o Rock
No hospital da cidade
Com queimaduras expostas
E com muita gravidade.

O doutor não demorou
Passou a medicação
Ele ficou internado
Por um bom tempo então
Quando sarou as queimaduras
Também sarou o perebão.

Depois de passar o susto
Ele se vendo curado
Disse que santo remédio
Que para mim foi passado
Vou avisar pro compadre
Que da pereba estou sarado.

Juntou a família e foi
Para a casa do amigo
De longe gritou compadre
Vim ficar o dia contigo
Fiz como você ensinou
Enfrentei todo perigo.

Juscelino disse compadre
Nunca fiz tanta besteira
Ensinar este remédio
É o cúmulo da cegueira
Corri sem chance pra dizer
Que era só brincadeira

Eu que sempre pensei
De ser um cara esperto
Nem mesmo quem é maluco
Chega pensar isto de perto
Uma receita errada
Um remédio que deu certo

Esta história foi contada
Por um grande amigo meu
Que seu pai contou pra ele
Na Paraíba se deu
Não façam este remédio
Para o bem do corpo seu

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

1708 – NO MEU SERTÃO ERA FESTA

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 09 04 2014 E MÚSICA;

Sou Erivaldo Alencar
Nascido no Comboeiro
Acopiara, Ceará.
Neste torrão brasileiro
Da prole de Julio Aires
Eu sou o filho primeiro.

Nasci em quarenta e oito
De novembro o dia três
Às nove horas do dia
Em uma quarta talvez
Numa casinha de taipa
Que o tempo já a desfez.

Aos cincos anos de idade
Comecei a trabalhar
Lá na roça com meu pai
E com criações lidar
Levava a vida em paz
Com os vizinhos do lugar.

No sítio em que nasci
Eu vivi em liberdade
Ia pra onde queria
Com responsabilidade
Nossa casa era farta
E reinava felicidade.

Minha mãe prenda do lar
O meu pai agricultor
Com o dom da poesia
Se tornou um cantador
Na política ele foi
Três vezes vereador.

La naquela região
Todos os meus irmãos nasceram
Numa vida armoniosa
Quase todos ali cresceram
Com a exceção dos três
Que muito cedo morreram.

Embora a vida pacata
Mas havia união
Mamãe dava vizinhança
Ao matar a criação
A gente não reclamava
Da vida La no sertão.

Eu trabalhava na roça
Também lidava com gado
Cavalo, burro e jumento
Era por mim bem zelado
Ovelhas, cabras e porcos,
Eu tinha muito cuidado.

Mamãe criava galinha
Peru, pato e capote,
Carregávamos a água
Em galão, cabaça e pote.
A lenha ia do mato
Transportada no cangote.

Tinha leite e coalhada
E angu pra merendar
Feijão com pão, carne assada.
Rapadura no almoçar
E muncunzar com toicinho
A noite para jantar.

Nas noites enluaradas
Havia muita diversão
Ciranda cirandinha
Anel e adivinhação
Maneiro pau e caretas
E os festejos de São João.

Tinha o futebol de meia
Jogos de bilas no terreiro
As corridas de cavalo
Trisca, futebol, vaqueiro.
Adjuntos, casamentos,
E tinha boi mandingueiro.

Tinha o cachorro trigueiro
Cantador e cantoria
Reisado e São Gonçalo
O forró e pescaria
Tinha compadre e comadre
Cavalo de montaria.

Tinha história de Trancoso
Caçadores e louceiras
Engenho, mel e garapa.
Farinhadas e parteiras
A disbulha do feijão
E o roço da capoeira.

Tinha broca e a queimada
Brincadeira e seresta
Tinha banho de cascata
E passeio na floresta
Naquele tempo a vida
No meu sertão era festa.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1707 – PELO CONFORTO DA CIDADE

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 23 03 2014 e música;


Não haverá maior riqueza
Que a chuva molhar o chão
Alegra-se a natureza
E engrandece o sertão.

Os pássaros fazem festas
Os animais se divertem
Enverdecem as florestas
As situações se invertem.

Muito feliz faz gracejo
No roçado o sertanejo
Canta de felicidade

Com fartura de montão
Diz não troco meu sertão
Pelo conforto da cidade.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1706 – E BUSCAR OUTRA PRA AMAR

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 23 03 2014 e música;


A mulher a quem eu amo
Já no gosta mais de mim
Na sua boca eu não presto
Que sou vagabundo enfim.

Por todo canto que vai
Vive a me difamar
Sou um cara imprestável
Tá sempre a me magoar.

Que eu sou um mentiroso
Somente ela tem razão
Sou um cara sem escrúpulo
E vivo na contramão.

Que quer me ver na pior
Na sarjeta ao relento
Desprezo seja meu guia
Da solidão um detento.

O meu amor me odeia
Se enoja quando me ver
A minha voz a pertuba
Que mais é me esquecer.

Manda qu’eu desapareça
Pois nosso amor se acabou
Que a verdade seja dita
Ela nunca me amou.

Qu’eu seja feliz com outra
E chorar em outro braço
Fui pedra no seu caminho
Que eu a levei ao fracasso.

Não adianta insistir
Nada vou poder mudar
Tudo que me resta agora
E buscar outra pra amar


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1705 – FAZER VIZITAÇAO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra;23 03 2014 e musica;


Neste dia viajei
Pra fazer visitação.
Na capital Fortaleza
Em Messejana a região.
No hospital do mesmo nome
Pra visitar um irmão.

Que a quase dois meses
Encontra-se internado
Por um câncer nos pulmões
O meu irmão foi tomado
Devido a enfermidade
Esta de nos afastado.

As nuvens correm nos céus
Em pequena raridade
O sol nervoso escaldante
Esbanja sua claridade
O carro no asfalto corre
Em alta velocidade.

As oito e vinte e cinco
Saimos de Acopiara
O motorista liga o carro
Pra viajar se prepara
Subindo e descendo rampas
So com o corpo e a cara.

O carro corre veloz
E o vento sopra forte
O sol queimando a pele
Deus nos abençoa com sorte
Para percorrer estradas
No sentido sul a norte.

O motorista exerce
A velocidade capaz
O carro pra frente
A mata corre pra traz
Devido as trepidações
O vento barulho faz.

Ja passamos de Mombaça
Com alegria e carinho
Avisto Mineirolandia
A frente no meu caminho
Depois Quixeramobim
Quixada e Chorozinho.

Antes tem Ibaretama
Horizonte e Pacajus
Itaitinga, Eusebio.
Passar por elas me dispus
Na capital chegaremos
Na companhia de Jesus.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.