quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

1.703 – ALGUNS ADÁGIOS POPULARES

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 22 01 2014 e música;


Citarei neste poema
Alguns adágios conhecidos
Como ditos populares
Soam bem em nossos ouvidos.

Existem muitas pessoas
Em suas manifestações
Recorrem aos adágios
Pra melhores explicações.

Pra encaixar na poesia
Fiz algumas alterações
Quanto aos significados
São de vocês as traduções.

Pois nem todos são corretos
Mas merecem serem citados
Como poeta, vou trazê-los.
Nos próximos versos rimados.

Pois o pau que nasce torto
Não tem jeito morre torto
Porém o baiano burro
Garanto que nasceu morto.

Vai se o anel fica o dedo
Mato a cobra mostro pau
Não mau que não traz o bem
Nem o bem que não traz o mau.

Quem com muitas pedras bole
Uma escapole e cai na cabeça
Não há esquecido que não lembre
Nem lembrado que não esqueça.

Aí é onde a porca torce
O rabo se não for bicó
Pois tudo que sobe, desce.
Corda sem ponta não dar nó.

Aquele que diz que não mente
Está mentindo sem querer.
Uma andorinha sozinha
Não faz verão nem chover.

Questão de gosto não se discute
Quem tem ciúmes quer bem.
Quem quer vai quem não quer manda.
Fazei o bem sem ver a quem.

Ver um cisco nos olho dos outros
E não ver uma trave nos seus.
Nem tudo que entra sai
Quem dar os pobres empresta a Deus.

Criança que não chora não mama
Quem tem boca vai a Roma.
Sempre caberá mais um
Quando se usa Rexona.

Dinheiro em mão de pobre
É igual capim pegando fogo.
Quem tem medo de perder
Nunca deve entrar no jogo.

Aquele que diz o que quiser
Vai ter de ouvir o que não quer.
E quem tem medo de ser corno
Não deve arranjar mulher.

Quem não arrisca não petisca
A dor ensina gemer
As formigas criam asas
Quando querem se perder

Porém quem não pode com pote
Não deve pegar na ródia
A voz do povo é a voz de Deus
E quem ama não judia.

Pois o gato escaldado
Até de água fria tem medo
Pobre não vive, vegeta.
Para deus não há segredo.

Não queira brincar com fogo
Pra depois não se queimar.
Donde se tira e não se bota
Cedo ou mais tarde vai secar.

O melhor medicamento
Pra cavalo velho é capim novo
Filho de gato, gatinho é.
Já estar na boca do povo.

Quem planta o mau colhe o mau
Quem planta o bem colhe o bem.
Quem muito fala muito erra.
Dormiu na estação, perdeu o trem.

É melhor um pássaro na mão
Do que dois pássaros voando.
Aquele que tudo quer
Sem nada termina ficando.

Diz-me com quem tu andas
Que te direi quem tu és.
Quando terminar o banho
Lembre-se de lavar os pés.

Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura.
Namorar viúva é bom
Mulher casada é loucura

É grande igual coração de mãe
Onde há fumaça há fogo
Nadou, nadou e morreu na praia.
Onde há bola tem jogo.

Uma mãe é para três filhos
Três filhos não é pra uma mãe só.
Tudo de mais é veneno
Ele fechou o paletó.

O pouco com Deus é muito.
O muito sem Deus Não é nada.
O pobre só vai pra frente
Quando leva uma topada.

O pior cego não é o cego
Mas aquele que não quer enxergar.
Dinheiro não traz felicidade
Mas bem que pode ajudar.

A mentira tem pernas curtas
No começo ela prevalece
Mas quando a verdade chega
A mentira desaparece.

Se ficar o bicho come
E se correr o bicho pega.
Todos dizem que a sorte é cega
E que onde ela bate aprega.

É melhor viver sozinho
Do que mau acompanhado.
Jamais haverá segredo
Que nunca seja revelado.

A morte não marca a hora
E nem faz descriminação.
Quando uma porta se fecha
Outras porta se abrirão.

Quanto mais alto for o pau
A queda será muito maior.
Um é pouco, dois é bom,
E três é muito melhor.

O diabo quando não vem
Manda o seu secretário
Pobre só muda de ano
Pobre não tem aniversário.

Melhor perder um minuto na vida
Que perder a vida num minuto.
Enquanto eu fugir de brigas
A minha não bota luto.

Quem guarda comida com fome
Vem o gato faminto e come
Não há comida ruim
Quando se está com fome.

Quem ver a casa dos outros
Esquece de ver sua.
Quem tem o rabo de palha
Não toca fogo no dos outros

O preguiçoso trabalha
Mais do que o trabalhador
O mundo é a escola
E o tempo o professor.

O respeito é muito bom
Eu gosto e conserva os dentes.
Melhor ser pobre e ter saúde
Que ser rico e ser doente.

Brasileiro só fecha a porta
Só depois que ele é roubado.
Sonhar dormindo é bom
Melhor é sonhar acordado.

Não vá baldear a água
Pra depois não ter que beber.
Não bote lenha na fogueira
Para queimado não morrer.

Aquele que com ferro fere
Com ferro será ferido
O prato oferecido
Está podre ou fedido.

A poesia está
Nos ares, terras e mares.
Foi gratificante citar
Alguns adágios populares.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

1.702 – NÃO TEM MAIS CONCSERTO NÃO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 21 01 2014 e música;


A desordem está grande
O povo perdeu o amor
A violência se expande
A vida perdeu o valor.

A maldade se alastrou
Pouca gente faz o bem
O vandalismo aumentou
Ninguém respeita ninguém.

Ninguém tem mais paciência
A razão e a consciência
Caminham na contramão.

Prostituição falsidade
Por mais tentem a maldade
Não tem mais conserto não.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

1.701 – DESPERTA BRASIL

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 15 01 2014 e música;


Desperta Brasil
Para a realidade
No teu céu azul anil
Verve a liberdade.

Tua fauna e flora
Demonstram sua grandeza
Teu minério aflora
Tua imensa riqueza.

Teu solo produtivo
As armas o distintivo
Do teu povo varonil.

A paz e segurança
São frutos da esperança
Em o desperta Brasil.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

1.700 - BRIGA DE ROÇADEIRA

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 14 01 2014 e música;


Foi em uma quinta feira
Em uma manhã chuvosa
Quando fui pegar o leite
Alguém me diz uma prosa
De um fato ocorrido
Que vou descrever em glosa.

Este fato aconteceu
Na Paraíba o lugar
Uma briga de roçadeiras
Tristonho eu vou narrar
Há muitos anos passados
Eu vou em versos contar.

Foi no dia de São Bento
Em uma segunda feira
No roço de algodão
No meio da capoeira
Bem na hora do almoço
Houve esta desgraceira.

O fazendeiro João Rico
Morador deste lugar
Disse pra sua esposa
Um adjunto vou botar
Na próxima segunda feira
O roço vou começar.

A sua esposa lhe disse
Marido preste atenção
Dizem que segunda feira
Não é dia de bênção
Pra iniciar serviços
Não é boa ocasião.

Eu não acredito nisso
Respondeu para mulher
Segunda feira é um dia
Como outro dia qualquer
Vou começar na segunda
Seja o que Deus quiser.

Ele reuniu seis homens
Muito bons de roçadeira
Depois de tomar o lanche
Seguiram pra capoeira
Para começar o roço
Naquela segunda feira.

Com a roçadeira no ombro
Sem nada imaginar
A cabaça cheia d’água
Começaram a marchar
Parecia um batalhão
Com muita pressa chegar.

Na roça ele se lembra
Que da mulher ouviu falar
Disse pros trabalhadores
O povo deste lugar
Segunda feira não é
Bom serviço começar.

Os homens lhe responderam
Não cremos em maldição
Vamos começar o roço
Esqueça a tradição
Nada vai acontecer
Isto é só superstição.

João disse estão certos
Não vou me preocupar
Com a bênção do Criador
Vamos o roço começar
Quero ver quem é o bom
Em minha frente chegar.

Já fez o sinal da cruz
Manobrou a roçadeira
Deu um grito insultante
Foi na primeira carreira
Desta forma começou
O roço da capoeira.

Até as dez da manhã
Tudo transcorreu normal
Quando uma cobra surgiu
No meio do bomburral
Todos homens se juntaram
Pra matar o animal

Mas, logo depois do crime
Voltaram a trabalhar
Com a chegada do almoço
Pararam pra almoçar
Sem que se imaginasse
O mal que tava pra chegar.

Após saciar a fome
Todos sentados no chão
Despiram-se da camisa
Por causa do calorão
Mas havia entre eles
Um metido a brincalhão

O rapaz de nome augusto
Foi lá onde a cobra estava
Pegando-a pela cauda
Em sua mão enrolava
Dirigiu-se ao Xavier
Com a cobra lhe açoitava.

Embora estando morta
A cobra era venenosa
Com dentes fora da boca
Parecia está raivosa
Ao acertar Xavier
Acabou o que era prosa.

Mas ao apanhar de cobra
Numa brincadeira amiga
Pela cobra Xavier
Foi ferido na barriga
Esta simples brincadeira
Gerou uma grande briga.

Com a barriga ferida
Pelos dentes da serpente
Uma forte hemorragia
Xavier sente de repente
Sua vista escureceu
E apagou sua mente.

Antes de ser socorrido
O Xavier faleceu
O seu irmão Herculano
Vendo o que aconteceu
Pega a roçadeira e diz
Quem mata você sou eu.

Pedro irmão de Augusto
Também pega a roçadeira
Nisto começou a briga
No meio da capoeira
João Rico gritava parem
Com a briga cabroeira.

Os outros trabalhadores
Entraram na confusão
Sem saber o que fazer
Pedia o seu João
Pelo amor de Deus vocês
Parem com a rebelião.

De longe ouvia gritos
E uma grande tinideira
Faiscamento de fogo
Saindo da roçadeira
Labaredas e fumaças
Cobriam a capoeira.

João Rico saiu correndo
Tentando buscar socorro
Em alta velocidade
Ele sobe e desce morro
Ele dizia consigo
Tanto tempo que corro.

João Rico chegou à vila
Gritando desesperado
Vamos apartar a briga
Que há La no meu roçado
Estão todos se matando
Vão que eu estou cansado.

Mas quando chegaram lá
A briga tava terminando
Somente dois trabalhadores
Ainda estavam brigando
Com os seus corpos cortados
E o sangue derramando.

Os dois foram separados
Ambos sentaram no chão
Estavam ensangüentados
Que horrível situação
Cortados de roçadeiras
Não tiveram salvação.

Infelizmente os dois
Faleceram no local
Juntando aos outros quatro
Mortos pelo mesmo mal
Uma simples brincadeira
Teve um desfecho fatal.

Pois os seis trabalhadores
Em uma tarde Inglória
Morreram todos não sobrou
Nenhum pra contar vitória
Só seu João Rico ficou
Pra puder contar a história.

Daquele dia por diante
Nem sequer de brincadeira
João Rico quis começar
Serviços em segunda feira
Ele tomou por castigo
A briga de roçadeira.

Despeço-me com desculpas
Daquele que não gostou
Contei os fatos da forma
Que um amigo narrou
Se não condiz a verdade
Mentira de quem contou


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.699 – VIDA BOA É NO SERTÃO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 14 01 2014 e música;

Quando a chuva chega
O sertanejo se alegra
E de um bom inverno
A esperança se integra.

Mas quando a chuva vai
Sertanejo desanima
Prevendo nova seca
Sem querer perde a estima.

Quando a chuva cai
Molhando a face do chão
Renova as esperanças
De fartura no sertão.

A floresta desperta
E cria nova folhagem
Alegre a natureza
Veste uma nova roupagem.

Rios e riachos
Inundam as ribanceiras
Os sapos cantam entre
Espumas das cachoeiras.

E na copa das árvores
Pássaro faz cantoria
Os animais na relva
Festejam com alegria.

Com a terra molhada
Logo se faz plantação
A semente germina
Plantas emergem do chão.

E com a casa cheia
Bolso cheio de dinheiro
O homem do sertão
É alegre o ano inteiro.

No sertão tem de tudo
Nada precisa comprar
Basta um bom inverno
Coragem pra trabalhar.

Tem carne, leite e queijo.
Milho, fava e feijão
Lua, céu estrelado
Vida boa é no sertão

Francisco  Erivaldo Pereira Alencar.