quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

1.618 – SECA QUE ASSOLA O NORDESTE


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 31 01 2013 e música;

O sol está muito quente
O céu límpido e azul
Aqui a seca castiga
A chuva inunda no sul.

A terra esturricada
O açude está secando
O mato tá desfolhado
E a água tá acabando. 

Não tem mais pasto no campo
O gado está morrendo
Por falta d’água e pasto
Animais tão perecendo.

A Asa Branca foi embora
Canário desapareceu
A juriti foi pra longe
O jumento emagreceu.

Na aroeira a cauã
Seu dueto não entoa
Até o profeta carão
Deixou de cantar na lagoa.

A seriema sumiu
O sabiá emudeceu
Até meu Cavalo Branco
De fome e sede morreu.

Até mesmo o sertanejo
Na seca não vai suportar
Ver sua criação morrer
A sua terra deixou.

Ninguém pode resistir
Na seca que a tudo consome
De ver sua criação
Morrer de sede e fome.

É triste olhar pro céu
E não ver o nevoeiro
Nenhuma gota de chuva
Caiu sobre o terreiro.

Já está com mais de ano
Que não cai chuva na terra
Nem sequer a neve fina
Vestir o topo da serra.

Em todo lugar se encontra
A carnice pelo chão
De animais que morrera
Por falta de alimentação.

O criador em desespero
Pede ao Deus em oração
Para mandar com urgência
Chuva pra molhar o chão.

A seca está terrível
Não dá mais pra suportar
Se a chuva não vier logo
Tudo vai se acabar.

Mas não há sinal de chuva
Relâmpago nem trovão
Somente o sol escaldante
Desolando meu sertão.

Parece que a terra subiu
Ou que o rei sol desceu
Sinto o sol queimar a pele
Suor correr no rosto meu.,

Um vento quente ameniza
O calor forte da peste
Só com a chuva acaba
Seca que assola o nordeste.

 

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

1.617 – POR PERDER QUEM EU QUERO BEM


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 29 01 2013 e música;

Não pratiquei nenhum crime
Tudo que fiz foi amar
Esqueci de minha existência
Para o meu amor lhe dar.

Eu lhe dei amor sincero
A você eu me entreguei
Sem prever as conseqüências
Por Você me apaixonei.

Pensei que fosse sincera
Nas palavras de amor
Eu nunca imaginei
Passar por terrível dor.

O que mais sonhei na vida
Ter um amor de verdade
Nunca passou pela  mente
Ser vítima de falsidade.

Pensei que o amor fosse
A coisa mais linda do mundo
Que só troussesse alegria
E  sentimento profundo.

Enganei-me completamente
Ao cair em desventura
Também traz o desespero
Ingratidão e amargura.

A mulher que tanto amo
Não quis mais saber de mim
Sem motivos disse adeus
Decretando o meu fim.

Com a sua atitude
Meu mundo desmoronou
E minha felicidade
Sem ela se acabou.

Tenho tentado esquecê-la
Mas inda não consegui
Inda guardo no meu peito
O amor que eu vivi.

Agora estou sozinho
Sem carinho de ninguém
Derramo pranto de dor
Por perder quem eu quero bem.

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.616 – PRECISO SABER A VERDADE


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 29 91 2013 e música;

 
Não quero conversa fiada
Nem desculpa desfarrapada
Eu quero resposta concreta
E não resposta deturpada.

Eu quero saber o motivo
Porque de mim se afastou
O que foi de mal que te fiz
Porque de mim se abusou.

Se eu te faltei com respeito
Mostre-me onde que errei
Estou confuso e quero
Saber o mal que pratique.

Fiz o possível para ser
Muito feliz ao lado seu
Cumpri tudo que prometi
Pra ser feliz ao lado meu.

Você está sendo injusta
Não mereço tanto castigo
Qual o motivo que te dei
Para fazer isto comigo.

Deixa de tanto rodeio
Seja correta em tua resposta
Está mentindo no que diz
A verdade lhe faz indisposta.

Você não está mais comigo
Não há razão para temer
Não vai ser você mentido
Que eu vou deixar de sofrer.

Será que você já tem outro
Homem para te dá amor
Ou somente por me deixar
E me fazer tão sofredor

Eu jamais pude entender
Por desta forma destruir
Um grande amor sincero e puro
Foi tolo por ti me iludir

Tire a dúvida que tenho
Responda com sinceridade
Porque que você me deixou
Preciso saber a verdade.

 
 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar

sábado, 26 de janeiro de 2013

1.615 – PORQUE VOCÊ ME DEIXOU.


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 26 01 2013 e música;

 
Eu quero saber agora
Porque esta decisão
Porque você foi embora
Sem me dá explicação.
Sem nenhuma confusão
Exijo a sua atenção
Você não justificou
Por sumir da minha vida
Eu quero saber querida
Porque você me deixou.

Pois eu nunca te fiz mal
Procurei fazer o bem
Nunca foi meu ideal
Viver com outro alguém
Eu sempre te respeitei
O amor que eu te dei
Você não aproveitou
Saiu sem nada dizer
Agora quero saber
Porque você me deixou.

Nosso amor foi tão lindo
Eu jamais vou esquecer
O meu peito tá sentindo
A falta dum benquerer
Era tudo em minha vida
Mas com a tua partida
A minha vida acabou
Viver sem ti é ruim
Amor diga para mim
Porque você me deixou.

Vivo a vida a chorar
Se durmo sonho contigo
Só vou me acalentar
Quando voltar viver comigo
Não lhe tiro da lembrança
Tou perdendo a esperança
Mas desistir eu não vou
Tu sabes que eu te venero
Uma resposta eu espero
Porque Você me deixou.

 
 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.614 – SOU FILHO DUMA FAMÍLIA


Autor. Erivaldo Alencar.

Letra; 26 01 2013 e música;

 
Sou filho duma família
Que não sabe o que é medo
Que tem horror à mentira
E não faz nada em segredo.

É um povo paciente
Astuto e moderado
Mas não há quem o segure
Quando fica enfezado.

Preferimos o diálogo
Ao invés da violência
Toleramos o possível
Fugimos da imprudência.

Não provocamos ninguém
Somos um povo educado
Só entramos numa briga
Só se formos obrigado.

Respeitamos todo mundo
Temos amor no coração
Cobramos nossos direito
Razão pra quem tem razão.

Somos cumpridor da lei
E amigo do amigo
E defensor da justiça
Inimigo do inimigo.

Somos propagador da paz
E cumpridor do dever
Amantes da natureza
Não promete sem poder

Um povo temente a Deus
Procuramos fazer o bem
Zeloso pela causa pública
Sem fazer mal a ninguém.

Ensinamos a quem não sabe
E amante da verdade
Eu sou de um povo honesto
Que condena a falsidade.

Não criticamos por trás
E nem fazemos enredo
Sou filho duma família
Que não sabe o que é medo.

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

1.613 – BRIGA PORQUE ACHA BOM


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 18 01 2013 e música;

 
Eu já não aguento mais
Ouvir briga todos o dia
Sempre a mesma ladainha
Porque tanta histeria.

Tu brigas com todo mundo
Quando não há com quem brigar
Fica brigando sozinha
Só para quando cansar.

Pensa ser dona do mundo
Quer tudo em cima da hora
Difama os seus vizinhos
A todos você ignora.

Sua estupidez é tanta
A ponto de ignorar
O mal que causa a todos
Quando começa a brigar.

Pra você ninguém não presta
Palavrões pra todo lado
O seu rosário de pragas
Deixa o mundo infestado.

Quando fecha o temporal
Não fica ninguém por perto
O comércio fecha as portas
O beco fica deserto.

Você desconhece Deus
Fala mal do Salvador
Quer ter todos a seus pés
Do bairro és o terror.

Você não tem cerimônias
Do escândalo que faz
Ainda se diz autêntica
Somando triste cartaz.

Nas brigas tu ameaças
Nos outros bater matar
Pega uma arma e diz
Eu vou me suicidar.

Tu brigas por quase nada
Brigando muda de tom
ninguém te força brigar
Briga porque acha bom.

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

1.612 – UMA SENA TÃO BRUTAL


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 16 01 2013 e música;

 
Hoje eu vinha do trabalho
Para em casa almoçar
Deparei-me com uma sena
Que nunca vou concordar.

Ouvi um gato miando
Fazendo grande alarido
Aquela sena brutal
Me deixou estarrecido.

Um senhor vinha trazendo
Com muita ignorância
Um gatinho muito novo
Com tanta intolerância.

Pegou o gato pelo rabo
Girando o com a mão
Aos tapas o jogou                                                                                                                                                                                  Com muita força no chão.

Caiu no meio da rua
Atarraxado no chão
Mal conseguiu levantar
Saiu mancando da mão.

Não resisti à violência
O reclamei desta ação
Te peço por favor amigo
Não faça mais isto não.

Grosseiramente respondeu
Eu tenho nojo de gato
Este gato não é meu
Se entrar aqui eu mato.

Lhe respondi calmamente
Não é obrigado gostar
Pegue o bichinho e bote
Pra fora sem judiar.

O gato estava faminto
Talvez com sede também
Desprezado pelo dono
Sem carinho de ninguém.

Estas coisas me aborrecem
Sou defensor do animal
Fico para não viver
Em ver sena tão brutal.

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

1.611 – DO GOLPE FATAL DA MORTENINGUÉM PODE ESCAPAR.


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 11 01 2013 e música;

 
Hoje parei pra pensar
E com a caneta na mão
Comecei a rabiscar
Na mesma ocasião
Sobre a velha traiçoeira
Metida a justiceira 
Cuja profissão matar
Com ela ninguém tem sorte
Do golpe fatal da morte
Ninguém pode escapar.

Papa João Paulo II
Dum atentado escapou
Chefe da igreja no mundo
Veio a morte o levou
O Julio Aires também
Que só praticou o bem
Sem ao menos avisar
O levou em seu transporte
Do golpe fatal da morte
Ninguém pode escapar.

O padre Cicero Romão
Fundador do Juazeiro
Homem de bom coração
A morte o levou ligeiro
La no Crato Dom Quintino
Grande bispo peregrino
Ela sem se intimidar
Também não lhe deu suporte
Do golpe fatal da morte
Ninguém pode escapar.

Mané Garrincha também
Na bola foi consagrado
Para viver no além
Ela o levou de lado
Getúlio Vargas Presidente
Que governou muita gente
Ela o fez suicidar
Dizendo eu sou mais forte
Do golpe fatal da morte
Ninguém pode escapar.

O Hitler foi um tirano
Quis o mundo dominar
Matando o ser humano
Não conseguiu se livrar
Nero incendiou Roma
Muitos crimes ele soma                                                                                                                                                                       Mais um não pode somar
Malogrou a própria sorte
Do golpe fatal da morte
Ninguém pode escapar.

Pedro apóstolo de Cristo
Pregou a fé e o amor
Para cumprir o previsto
Passou pela mesma dor
São Francisco de Assis
Foi de Deus servo feliz
Viu seu corpo se chagar
Tirando seu passaporte
Do golpe fatal da morte
Ninguém pode escapar.

Conheço um dito que diz
Quem nascer tem que morrer
Isto não me faz feliz
O que mais quero é viver
Morrer não me interessa
Mesmo por muito que eu peça
Eu jamais vou me livrar
De sua arma de corte
Do golpe fatal da Morte
Ninguém pode escapar.

Se Deus me desse o poder
De viver o quanto quero
Jamais iria morrer
Pois a morte não tolero
Não há maior humilhação
O cara teso num caixão
E o povo a comentar
De a sua pouca sorte
Do golpe fatal da morte
Ninguém pode escapar.

 

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.610 – TUFÃO BOPHA MATA 74 NO SUL DAS FILIPINAS


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 09 01 2013 e música;

 
No dia quatro de dezembro
Dois mil e doze o ano
Um tufão devastador
Por onde passou fez dano.

O tufão de nome Bopha
As Filipinas atingiu
O que encontrou na frente
Ao sul da ilha destruiu.

Com fortes rajadas de ventos
Antes do amanhecer
Cento noventa e cinco quilômetros
Horas, deu para perceber.

Destruiu dezenas de casas
Interrompeu eletricidade
Também fez cancelar voos
Em toda sua intensidade.

Houve vários deslizamentos
E muitas arvores caídas
Setenta e quatro pessoas
Perderam as suas vidas.

No vilarejo de Andap
Os mortos foram trinta e três
Entre civis e militares
Sem qualquer chance talvez.

A cidade de Cateel
Foi bastante atingida
Também por afogamento
Muita gente perdeu a vida.

Em casa desmoronadas
E também em deslizamentos
Os que escaparam da morte
Ficaram com ferimentos.

O Bopha derrubou árvores
E linha de comunicação
Rumo a lugares turísticos
Fazendo devastação.

As Filipinas são caroáveis

A grandes devastações

Provocadas por tempestades

E desconfortáveis vulcões.

 

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

1.609 – CADÊ A MINHA SAÚDE


Autor; Erivaldo Alencar.

 
Letra; 07 01 2012 e música;

 
Cadê a minha saúde
Que sem eu querer foi embora
Tentei impedir não pude
E não sei aonde mora.

Aonde tocar o dedo
O meu corpo tá doendo
Muitas vezes me dá medo
Que me encontro morrendo.

Diabete me atormenta
A hipertensão nojenta
Tem me causado horror.

A hérnia de disco também
Outros males também vem
Encher meu corpo de dor.

 

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

domingo, 6 de janeiro de 2013

1.608 – SEGUNDO AS ESCRITURAS


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 06 01 2013 e música;

 
Pois nesta boca de noite
Eu ouço na amplidão
Quando o vento dá açoite
Os crentes em oração.

Numa igreja ali bem perto
Aqui da rua que eu moro
Com os hinos eu desperto
À distância eu imploro.

Ao Cristo nosso Senhor
ue derrame o seu amor
Sobre todas as criaturas.

Ò divina majestade
Caminho, vida, verdade.
Segundo as escrituras.

 

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.607 – PEDE A DEUS PRA CHOVER.


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 06 01 2013 E MÚSICA;

 
O vento está soprando
Por sobre o horizonte
O relâmpago cortando
Pela encostas do monte.

A terra tá ressecada
A criação tá morrendo
Pois nesta seca danada
A população tá sofrendo.

No açude faltando água
Com peito cheio de mágoa
Sem saber o que fazer.

O criador no sertão
Contrito em oração
Pede a Deus pra chover.

 

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

1.606 – O TRABALHO ENOBRECE


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 05 01 2013 e música;

 

Há muito gente mundo afora                                                                                                                                                              Que não gosta de trabalhar
Gente deste tipo adora                                                                                                                                                                   Roubar, matar e assaltar.

Trabalhar não é desonra
Uma agradável virtude
Aquele que trabalha honra
Tão digna magnitude.

Eu gosto do meu trabalho
Embora as vezes eu falho
Com a minha obrigação.

O trabalho enobrece
Além de digno fortalece
O espírito do cidadão.

 

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

1.605 – TRABALHO PRA VIVER


Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 03 01 2013 e música;
 
 
O mundo é muito grande
E eu sou tão pequenino
Meu desejo se expande
Ultrapassando meu destino.

Minha inteligência rara
Torna-se incontrolável
Minha vontade depara
Em algo inalcançável.

A minha maior virtude
Foi chegar aonde pude
Sem derrubar pra crescer.

Podem não acreditar
Não vivo pra trabalhar
Mas trabalho pra viver. 

 
Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

1.604 – FILHO ABANDONADO LIBERTA MÃE PRISIONEIRA.

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 01 01 2013 e música;


Há muitos anos atrás
Um caso aconteceu
De uma mulher solteira
Uma criança nasceu
Para um casal estranho
Esta mãe seu filho deu.

Com a criança no colo
A família foi embora
Sem deixar seu endereço
Pra aquela pobre senhora
Que fez isto sem pensar
No que fez naquela hora.

Aquela criança mãe
Dali saiu satisfeita
Por doar o seu filhinho
De uma forma suspeita
Sem conhecer a família
Que dela se aproveita.

Esta mãe despreparada
Chamava-se de Raquel
O bebê por sua mãe
Chamado de Manoel
E pela família estranha
Chamado de Rafael.

Raquel nasceu no nordeste
Na capital Fortaleza
Uma menina fogosa
Dona de muita beleza
Mau lia e escrevia
E criada na pobreza.

Depois do ato consumado
Ela foi buscar trabalho
Por ela ser de menor
Se deparou no encalho
Sem ninguém lhe dá a mão
Começou jogar baralho.

De início levou sorte
Fazendo que ela quis
Por ganhar alguns trocados
Ela se sentiu feliz
Pois jamais imaginou
Começava ser infeliz.

Daquele dia por diante
Todo dia frequentava
Aquela casa de jogo
Sem querer se viciava
A deixava satisfeita
A mixaria que ganhava.

Em uma noite qualquer
Do trabalho no exercício
Por ela ser de menor
E exercer este ofício
Ela foi presa algemada
Dando início seu suplício.

Em uma delegacia                                                                                                                                                                                     O delegado perguntou
O que fazia por lá
Raquel assim retrucou
Jogar cartas foi a única
Profissão que restou.

Ela foi trancafiada
Numa cela fedorenta
Junta a outras delinquentas
Em uma sala nojenta
Com sujeiras e baratas
Em uma rede pulguenta.

Com as outras delinquentas
Se especializou
Para o mundo do crime
A Raquel se preparou
Enquanto prisioneira
Seu plano arquitetou.

Quando ela foi libertada
Para o crime foi levada
Fez parte de uma gang
Integrou vida errada
Além de jogos e bebidas
Passou a viver drogada.

No assalto de um banco
Foi levada pra prisão
Foi pagar pelos comparsas
Sem levar nenhum tostão
Com ajuda do advogado
Ganhou a libertação.

Livre condicional
Partiu pra outro delito
Foi fazer novos assaltos
Lá no bairro do Carlito
Messejana, Parangaba.
Lá na Sé e na frei Tito.

Já se passaram muitos anos
Raquel na vida perdida
Sem ter notícias do filho
Levado por desconhecida
Chorando o recomendava
A Senhora Concebida.

O seu filho Rafael
Estava sendo bem cuidado
Por sua nova família
Estava sendo preparado
Estudava em boas escolas
Para ser advogado.

Sua mãe de criação
Falou assim Rafael
Não é meu filho legítimo
A sua mãe é Raquel
Me deu para te criar
E te chamava Manoel.

Rafael disse mamãe
Favor dizer aonde estar
A minha mãe biológica
Preciso a encontrar
Pra conhecer sua vida
E quem sabe a ajudar.

Ela disse filho amado
Onde ela está não sei
Depois que o me deu
Nunca mais a encontrei
Pra saber de sua vida
Muitas vezes a procurei.

Mas sua mãe me contou
Um pouco do seu passado
Com a gravidez ela foi
Deixada pelo namorado
O seus pais a expulsaram
Junto com seu filho amado.

Rafael continuou
Estudando na esperança
E sempre que tinha tempo
Procurava na vizinhança
De encontrar sua mãe
Ele tinha confiança.

Mas sua mãe biológica
Continuava no crime
Ia presa ia solta
Mas ela não se redime
E não imaginava ela
Que tinha um filho sublime.

Depois de perseguição
Foi parar em Salvador
Juntando a outras gangs
Ela praticou horror
Em bancos, lojas e postos
A Raquel foi um terror.

Esteve lá no Recife
Na Paraíba também
Retornou a Fortaleza
Pensando em se dá bem
A situação arruinou
Quando matou alguém.

Num assalto em Fortaleza
Ela fez um assassinato
Sendo presa em flagrante
Foi pagar pelo seu ato
Foi julgada e condenada
Por seu crime insensato.

Já com dez anos de cadeia
Pagando por ser pecado
Seu filho na faculdade
Tendo muito estudado
Finalmente recebeu
Diploma de advogado.

Com o diploma na mão
Ele disse agora vou
Procurar por minha mãe
Saber por onde andou
Nas ruas e hospitais
Num presídios a encontrou.

Sabedor de sua sentença
Ele foi falar com ela
Seguido por seguranças
Ela entrou em sua cela
Arrepiada e mal vestida
Ele se compadeceu dela.

Sem que ela o conhecesse
Ele se identificou
Disse mamãe sou seu filho
Que na rua abandonou
Como seu advogado
Lhe tirar daqui eu vou.

Ela lhe abraçou chorando
Jamais pude imaginar
Do filho que desprezei
Fosse advogado formar
E perdoando meus erros
Fosse daqui me tirar.

Francisco Erivaldo Pereira Alencar.