domingo, 20 de maio de 2012

1.246 – ZÉ NINGUÉM

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 03 08 2010 e música; 29 08 2010.    

                                                                                                                                                                                                              Muitas vezes me pergunto
Quem realmente eu sou
Eu não tenho nome digno
E nem sei aonde estou
Eu não sei de onde vim
E nem sei pra onde vou.

Eu não sei pra que nasci
Que de bom a vida tem
Se existo de verdade
Nem o que a mim convém
Não sou nada nada faço
Sou apenas Zé Ninguém.

Não tenho nenhum prestígio
Ninguém ver o meu valor
Não tenho nenhum recurso
Nem formação de doutor
Sou um Zé Ninguém da vida
Da vida um sofredor.

Ninguém confia em mim
Empregos nenhum me dão
Eu sou visto com maus olhos
Me veem como ladrão
Eu só quero o que é meu
Não faço traquinação.

Sou um lascado da vida
Um cara despreparado
Que sem residência fixa
Vivo no mundo jogado
Ninguém jamais quer saber
Deste infeliz desgraçado.

Não tenho direito a festas
Nem lazer nem diversão
Nem direito ao trabalho
Pra poder ganhar o pão
Fruto da ignorância
Sem direito educação.     
                                                                                                                                                                                                                  Não tenho assistência médica
Nem direito social
E nenhum direito do
Plano previdencial
Um deserdado da lei
Da minha terra natal.

Quando ando pela rua
Sou alvo de gozação
Fazem piadas comigo
Quanta esculhambação
Até rasgam minha roupa
Deixam-me de pés no chão.

Fazem-me beber a força
Todo tipo de bebida
Me jogam pedra e poeira
Debocham da minha vida
Puxam pelos meus cabelos
Derramam minha comida.

Com certeza o mundo
Não foi feito para mim
Pois todos tem o direito
De ser feliz em fim
Pra todos tem o melhor
Pra eu só sobra o ruim

Por todo lugar que paço
O povo fica falando
Onde vai o Zé Ninguém
Em que ele tá pensando
Que eu não valo o que como
E fica me criticando.

Eu sei que não sou útil
Para a humanidade
Não faço ninguém feliz
Não tenho felicidade
E com seu desprezo me
Castram da sociedade.

Não dão oportunidade
Pra que eu possa exercer
Uma profissão honrosa
E ganhar com que viver
Se não dão chance alguma
Como eu posso crescer.

Eu vou trilhando caminhos
Enquanto a chance vem
Preciso que me ajudem
Para ser feliz também
Se me ajudarem vou
Deixar de ser Zé Ninguém.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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