sábado, 12 de maio de 2012

1.196 – AVES E PASSAROS DO SERTÃO

Autor; Erivaldo Alencar.

Letra; 17 05 2010 e música; 27 11 2011.


Quem não conhece irá conhecer
As aves e pássaros do sertão
Advirto que prestem atenção
Em tudo que eu vou descrever
É claro que nem todos vou lembrar
Talvez nem todos vou identificar
Pelo nome pelo qual é chamado
Mas farei o possível pra lembrar
Mas raramente vou mencionar
As aves e pássaros importados.

Segundo a tradição popular
O carão quando canta vai chover
Juriti quando começa gemer
Novo dia está para chegar
Em altos brados todas as manhãs
Lindo cântico das maracanãs
E pra nossos corações alegrar
O xexéu canta de manhã bem cedo.
No alto da copa do Arvoredo
Se houve o patativa cantar.

Aqui há três tipos de gavião
O carrapateiro ou Come-pinto
O cinza é o dono do recinto
O vermelho o maior do sertão
Na caatinga na se ver mais burguesa
Se caso ver, é numa gaiola presa.
Há dois tipos de anum no sertão
O Anum-branco vive de caçada
O preto em bando faz enxurrada
Prevendo que chuva vai cair no chão.

O profeta Vem-vém quando canta
Prever notícias que vem do além
A pequenina viana também
O seu alegre cantar nos encanta
O Três-pote é chamado sericora
Com seu par faz dueto na flora
Mas o pomposo Canário-da-terra
Não se houve mais o seu cantar
Voou pra bem longe, noutro lugar.
Foi se esconder em cima da serra.

O veloz corduniz mora na relva
Em dueto cantando chama peitica
Preguiçosa Mãe-da-Lua se estica
Chamando por sua filha na selva
A Garça pesca n’água e no mato
Dos animais cata o carrapato
A Marreca-viuvinha também
Voa em bando cortando espaço
Cantando alegre sem embaraço
Na cidade o pardal vive bem.

Aqui temos três tipos de rolinha
Tem a cascavel ou Fogo-pagô
Rolinha-capoeira eu dou meu alô
A Caldo-de-Feijão é marronzinha
Há um ditado que diz no sertão
Andorinha sozinha não faz verão
O Abre-fecha gosta de balseiro
A Galinha-d’água ou Frango-d’água
Chamada saracura vive nágua
Pássaro brabo e muito ligeiro

De pernas secas e penas pomposas
Em cima d’água jaçanã passeia
João-de-barros com lama e areia
No galho do pau faz casas luxuosas
Curió quando canta faz seresta
Duas espécies de nambú na floresta
É o relógio do agricultor
A pequena é braba e ligeira
A grande é mansa mas é feiticeira
Com seu feitiço assombra caçador.

O cancão é ótimo cantador
Introvertido e audacioso
O carcará um falcão corajoso
O mais conhecido depredador
O cebito é muito perseguido
Devia ser pelo homem protegido
O peru a maior ave caseira
De exuberância extravagante
Patorí exímio navegante
Que sobre vive da arte pesqueira.

O pescador como seu nome diz
Vive da pesca em lagos e rios
O Alma-de-gato prova seus brios
Sua cauda comprida o faz feliz                                        
A profetiza cauã quando canta                                                                                                                                                       Em pau seco o tempo levanta
Se num pau verde chove no sertão
E a arara que aqui viveu
Com a perseguição desapareceu
Em todo Brasil tá em extinção.

Há muitas espécies de picapau
Tem um vermelhinho muito barulhento
O Cabeça-amarela, sempre atento.
Não existe arquiteto igual
Lavandeira uma espécie rara
A sua beleza nada se compara
A Asa-branca tá em extinção
Já não se ouve mais o seu cantar
E a majestade o sabiá
Canta alegre ao chover no chão.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário