quinta-feira, 3 de maio de 2012

1.130 – OUÇO TODA MANHÃ

Levando toda manhã
Com a minha mente sã
Ouço o cantar da cauã
No meu querido sertão
Numa canção alvissareira
Com sua voz altaneira
No galho da aroeira
Nos oito pés de quadrão.

Bem-te-vi canta também
A juriti canta bem
Distante ouço Vem-vem
Na lagoa o carão
O urubu é sisudo
Além de tudo é mudo
O cebito é miúdo
Nos oito pés de quadrão

Canta o sapo cururu
Longe responde o nambu
Na serra o caititu
Faz sua demarcação
Também canta o cardeal
Nas árvores o pardal
No angico o pica-pau
Nos oito pés de quadrão.

Também canta o xexéu
As abelhas fazem mel
No açude o tetéu
Ao ninho dar proteção
Riscando o chão o teu
O verdadeiro tatu
Come formiga jaú
Nos oito pés de quadrão.

O sertanejo na roça
Morando numa palhoça
Em uma velha carroça
Leva sua produção
Da roça pra sua casa
Seu trabalho mão atrasa
 Assa o milho na brasa.
Nos oito pés de quadrão.

Sou sertanejo bravio
Nasci na beira do rio
Eu sou poeta de brio
Defensor do meu sertão
Amante da natureza
Em versos faço defesa
Descrevo sua beleza
Nos oito pés de quadrão

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Francisco Erivaldo Pereira Alencar

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