quarta-feira, 30 de maio de 2012

061,328 – SEM TEMPO PARA PERDER

Autor; erivaldo Alencar.

Letra; 22 02 2011 e música; 28 02 2011.


Certo dia uma senhora
Aqui da minha cidade
Uma pobre sofredora
Já na terceira idade
Que jamais se acostumou
Passar por necessidade.

Certa vez se deparou
Em crucial situação
Não tinha mais gás nem lenha
Pra cozinhar o feijão
Nem dinheiro pra comprar
Ela também não tinha não.

Com os netinhos chorando
Sem nada para comer
Desesperada chorando
Meu Deus o que vou fazer
Sem ninguém pra me ajudar
Sei que vou enlouquecer.

Já passava das dez horas
E ela desesperada
Foi lá no canto da casa
Pegou uma foice quebrada
Pra buscar lenha na mata
Ela saiu enfezada

Encontrando um pau seco
Logo já foi derrubando
A foice tava tão cega
Na madeira desvalando
De tanto esforço fazer
Calos nas mãos foi criando.

Mas com muito sacrifício
A árvore derrubou
A picotou em pedaços
E em lenha transformou
Juntou todos os pedaços
E em um feixe amarrou.

Quando ela pegou o feixe
Para na cabeça botar
Estava muito pesado
Não conseguiu levantar
Desesperada e nervosa
Ela começou chorar.

Sem força suficiente
Começou se maldizer
Isto é diabo de vida
Nasci só para sofrer
Ter vida igual a minha
É muito melhor morrer.

Estou velha e cansada
Não dou mais pra trabalhar
A morte deveria
Vir logo pra me levar
Para duma vez o meu
Sofrimento acabar.

Nisto ela viu de repente
Um vulto em sua frente
Dizendo eu sou a morte
Vim lhe atender urgente
Dai-me logo teu pescoço
Tua vida vai com a gente.

A velha se assustou
Ao ver a morte ao seu lado
Com um facão numa mão
E na outra um machado
Com medo se arrependeu
Do que havia falado.

A morte disse vem logo
Não tenho tempo a perder
Me chamou estou aqui
Pra poder levar você
Não dê trabalho tenho outros
Compromissos pra fazer.

A velha disse amiga
Não chamei pra me matar
O feixe tá tão pesado
Lhe chamei pra me ajudar
Pra este feixe de lenha
Em minha cabeça botar.

A morte disse nervosa
Só pode ser brincadeira
Deixei os meus afazeres
Pra atender esta porqueira
Agora diz que quer ajuda
Eita mulher trapaceira.

Vou te ajudar esta vez
Para a viagem não perder
Mas nunca mais me chame
Pois não vou te atender
Me aguarde que eu logo
Virei pra levar você.


Francisco Erivaldo Pereira Alencar.

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